Desde 1992 o grupo da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) nunca
concentrou tanto poder em mãos. Em 20 anos essa ala política nunca
esteve tão perto de perder a Prefeitura de Mossoró.
A vitória com pouco mais de cinco mil votos de maioria de Cláudia
Regina (DEM) sobre Larissa Rosado (PSB) numa campanha em que a
governadora passou a maior parte da semana fazendo visitas de casa em
casa foi bem abaixo das conquistas recentes que sempre tiveram mais de
15 mil sufrágios de maioria.
Isso por si só mostra que o capital
eleitoral conquistado pela governadora nas eleições de 2006 e 2010, de
respectivamente 83 e 84% dos votos válidos quando disputou as eleições
para o Senado e Governo, está em risco.
Além disso, a governadora amarga impopularidade em 166 municípios do Rio Grande do Norte.
Esses
dados mostram que a vitória em Mossoró não é garantia de reconstrução
da imagem da governadora Rosalba Ciarlini, que tenta se viabilizar para
tentar a reeleição em 2014.
O DEM conquistou 23 prefeituras, quatro a
mais do que em 2008. Manteve cidades importantes e estratégicas como
Mossoró e Pau dos Ferros. No entanto, a governadora só participou de uma
conquista: a da cidade onde ele nasceu para a política. Nas outras 22
ela não esteve presente na campanha. Ao todo os partidos da base
rosalbista a Assembleia Legislativa conquistaram 105 prefeituras. Numa
circunstância comum isso seria um fortalecimento para o governador de
ocasião.
No entanto, não é o caso de Rosalba. O problema é que ela
não participou da construção das vitórias, diferente do que aconteceu em
2008, quando praticamente percorreu todo o Estado.
Outro problema é
Natal, onde se encontra um quarto do eleitorado potiguar. No primeiro
turno Rosalba não esteve presente na campanha do deputado federal
Rogério Marinho (PSDB), embora o tucano tenha sido o candidato oficial
dela. No segundo turno o caminho natural seria o palanque de Hermano
Morais (PMDB), mas a demista anunciou neutralidade, mesmo com o DEM e o
PSDB optando pelo peemedebista.
Comenta-se na capital que o ministro
Garibaldi Filho (PMDB) e o líder do PMDB na Câmara dos Deputados,
Henrique Alves, vetaram a participação de Rosalba no segundo turno por
conta das pesquisas que a mostram com índices de rejeição comparáveis ao
da prefeita Micarla de Sousa (PV), a gestora de capital de pior
avaliação no país.
Governadora está com dificuldades com o PMDB do RNAlém
de todos os problemas enfrentados pela administração de Rosalba
Ciarlini, agora ela se depara com outrora sólida aliança com o PMDB em
risco.
Sobre esta questão dois fatos saltam aos olhos: primeiro, o
discurso de Garibaldi Filho no começo do processo eleitoral natalense em
que ele perguntou a militantes do PMDB se estes tinham saudades dele no
governo. Segundo, pela rejeição da governadora no palanque peemedebista
no segundo turno em que ela se viu obrigada declarar neutralidade.
Motivos
não faltam para que o PMDB guarde mágoas da governadora. Um dos
principais foi a quebra do acordo que daria ao deputado estadual Walter
Alves (PMDB) a oportunidade de ser o presidente da Assembleia
Legislativa no biênio 2013/2014.
Além disso, as secretarias
comandadas pelo PMDB estão esvaziadas. Um exemplo é o secretário de
Trabalho, Habitação e Ação, Luís Eduardo Carneiro, que teve a pasta
esvaziada, perdendo o seu principal filão: o Programa do Leite. Na hora
de acomodar o PR, a pasta escolhida foi a do Turismo, que tinha em Razmi
Elali uma indicação peemedebista. Isso ocorreu mesmo com secretarias
como a de Assuntos Fundiários sem titular desde 2011.
Após as eleições, a governadora precisará buscar um entendimento com o PMDB para recuperar a relação com a legenda.
de o mossoroense
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