sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Mais de 50% dos mossoroenses vivem na miséria

Nos últimos anos Mossoró teve um visível crescimento horizontal (ampliação e surgimento de bairros e loteamentos) e vertical (construção de edifícios), aliado ao desenvolvimento econômico. No entanto, este desenvolvimento não abrange todas as parcelas da população.

A grande maioria do povo mossoroense continua excluída do processo de desenvolvimento da cidade, segundo mostra dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Números do Censo 2010 apontam que 147.776 habitantes da cidade ganham entre 0 e um salário mínimo, ou seja, mais de 50% da população.
O Ministério do Desenvolvimento Social classifica aquelas famílias que ganham menos que um salário mínimo como a população que vive na miséria. Desse modo, como Mossoró tem 259.815 habitantes e 147.776 sobrevivem com menos de R$ 622 por mês, pode-se afirmar que mais da metade da polução mossoroense encontra-se em situação de miséria.
Segundo dados do IBGE, 74.676 pessoas em Mossoró sobrevivem sem nenhum tipo de rendimento, e 73.100 pessoas ganham até um salário mínimo. Conforme a geógrafa Andréa de Melo, que está elaborando um estudo sobre o assunto, "a desigualdade continua acentuada, apesar de termos ampliado o contingente de massa produtiva, com melhor instrução e que ascendeu no mercado consumidor", declara.
De fato, embora Mossoró seja uma das cidades mais ricas do Estado, com o Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 2.910.956, ocupando a segunda colocação no ranking de riquezas produzidas em seu território, os dados mostram que a distribuição dessa renda ainda deixa muito a desejar.
Para a geógrafa, os dados revelam que a realidade é bem mais dura nos bairros periféricos, onde aumenta a massa desempregada, excluída do processo de crescimento de Mossoró. "Trata-se de milhares de pessoas que, apesar das diversas oportunidades de emprego, não conseguem ser aproveitadas por falta qualificação", declara.
Este último ponto, inclusive, é um dos principais problemas de Mossoró apontados por especialistas. No setor da construção civil, por exemplo, a falta de mão de obra qualificada limita a inclusão de mossoroenses nas vagas de empregos surgidas com os novos empreendimentos imobiliários.
"Novos empreendimentos imobiliários surgem a cada dia, mas boa parte da população mossoroense está excluída deste processo", destaca a especialista. A falta de oportunidade de empregos devido à ausência de qualificação profissional reflete diretamente nos rendimentos.
Os dados do IBGE que mostram que 50% da população vivem na miséria revelam, portanto, a necessidade de políticas públicas que garantam inclusão social e reduzam os índices de pobreza em Mossoró.

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