Nos últimos anos Mossoró teve um visível crescimento horizontal
(ampliação e surgimento de bairros e loteamentos) e vertical (construção
de edifícios), aliado ao desenvolvimento econômico. No entanto, este
desenvolvimento não abrange todas as parcelas da população.
A grande maioria do povo mossoroense continua excluída do processo de
desenvolvimento da cidade, segundo mostra dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Números do Censo 2010 apontam que
147.776 habitantes da cidade ganham entre 0 e um salário mínimo, ou
seja, mais de 50% da população.
O Ministério do Desenvolvimento
Social classifica aquelas famílias que ganham menos que um salário
mínimo como a população que vive na miséria. Desse modo, como Mossoró
tem 259.815 habitantes e 147.776 sobrevivem com menos de R$ 622 por mês,
pode-se afirmar que mais da metade da polução mossoroense encontra-se
em situação de miséria.
Segundo dados do IBGE, 74.676 pessoas em
Mossoró sobrevivem sem nenhum tipo de rendimento, e 73.100 pessoas
ganham até um salário mínimo. Conforme a geógrafa Andréa de Melo, que
está elaborando um estudo sobre o assunto, "a desigualdade continua
acentuada, apesar de termos ampliado o contingente de massa produtiva,
com melhor instrução e que ascendeu no mercado consumidor", declara.
De
fato, embora Mossoró seja uma das cidades mais ricas do Estado, com o
Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 2.910.956, ocupando a segunda
colocação no ranking de riquezas produzidas em seu território, os dados
mostram que a distribuição dessa renda ainda deixa muito a desejar.
Para
a geógrafa, os dados revelam que a realidade é bem mais dura nos
bairros periféricos, onde aumenta a massa desempregada, excluída do
processo de crescimento de Mossoró. "Trata-se de milhares de pessoas
que, apesar das diversas oportunidades de emprego, não conseguem ser
aproveitadas por falta qualificação", declara.
Este último ponto,
inclusive, é um dos principais problemas de Mossoró apontados por
especialistas. No setor da construção civil, por exemplo, a falta de mão
de obra qualificada limita a inclusão de mossoroenses nas vagas de
empregos surgidas com os novos empreendimentos imobiliários.
"Novos
empreendimentos imobiliários surgem a cada dia, mas boa parte da
população mossoroense está excluída deste processo", destaca a
especialista. A falta de oportunidade de empregos devido à ausência de
qualificação profissional reflete diretamente nos rendimentos.
Os
dados do IBGE que mostram que 50% da população vivem na miséria revelam,
portanto, a necessidade de políticas públicas que garantam inclusão
social e reduzam os índices de pobreza em Mossoró.
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