A Câmara Municipal realizou ontem mais uma audiência pública para
debater a gestão dos recursos da saúde dos dois primeiros trimestres
deste ano. O acúmulo se deu por conta do atraso da administração
municipal em cumprir o requisito do Sistema Único de Saúde (SUS).
O assunto mais polêmico foi trazido pelo vereador Genivan Vale (PR),
que revelou que a atual administração gasta mais com hospitais privados
do que com públicos.
De acordo com Genivan Vale, os dados são do
Tribunal de Contas da União (TCU) e apontam que de R$ 14 milhões, a
Prefeitura gastou R$ 8 milhões com hospitais privados e R$ 6 milhões na
saúde pública. O republicano lembrou ainda que há uma recomendação para
extinguir a Gerência da Saúde e criar uma secretaria com autonomia, além
da omissão da Prefeitura de Mossoró na realização de exames de alta
complexidade que seguem feitos pelo Governo do Estado mesmo com gestão
plena da saúde por parte do município. "Essas três recomendações foram
feitas à Prefeitura de Mossoró e não foram cumpridas", destacou.
O
vereador destacou ainda que existe um relatório da Controladoria-Geral
da União (CGU) apontando que houve superfaturamento de 40% na compra de
aparelhos de ar-condicionado para a saúde municipal e o Conselho
Municipal de Saúde comporta-se de forma omissa.
Ao fazer um balanço
sobre todos os dados, o parlamentar lamentou que se gaste tanto em mídia
e a saúde siga funcionando de forma precária. "Nos últimos quatro anos
se gastou quase R$ 40 milhões em propaganda. Espero que a próxima gestão
mude as prioridades", declarou.
O gerente executivo da Saúde,
Benjamim Bento, disse que, apesar das dificuldades, a média de Mossoró
na avaliação da gestão da saúde é de 6.8, maior que a média nacional,
que é de 6.2.
Sobre as denúncias elencadas por Genivan, o gerente
disse que a Prefeitura fez as adequações e contestou os pontos em que
discorda do TCU e CGU. "Estamos em conformidade", garantiu.
Ele
explicou ainda que o gasto excessivo na saúde privada é justamente nas
áreas de média e alta complexidades e lamentou que Mossoró não tenha uma
maternidade municipal e um hospital geral.
Tanto Benjamim Bento
quanto Gilberto Pedro, presidente do Conselho Municipal de Saúde,
garantiram que o órgão acusado pela CGU de portar-se de forma omissa tem
sido atuante.
Na tréplica Genivan Vale disse não acatar os
argumentos do representante da Prefeitura de Mossoró. "A gente discorda,
haja vista muitas coisas desses relatórios continuarem ocorrendo",
destacou.
de o mossoroense
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