O Governo do Estado e o Ministério Público
estão em rota de colisão. A crise começou porque o Executivo cortou 20%
da verba de R$ 209 milhões estipulada pelo parquet para o próximo ano.
O
assunto ganhou novos contornos depois que o procurador-geral de Justiça
Manoel Onofre deu entrevista à Tribuna do Norte em que classificou como
"irresponsável" o corte no Orçamento do Ministério Público feito pelo
governo. A administração estadual, através do secretário chefe do
Gabinete Civil, Anselmo de Carvalho, informou ao mesmo periódico que a
administração recebeu com "espanto" a postura do procurador.
Anselmo
disse que o MP potiguar é o de maior custo per capita do Nordeste e
pediu paciência. Ele disse que para atender aos pleitos de todos os
poderes o governo precisaria de R$ 836 milhões a mais. Outro argumento é
de que o MP teve um crescimento de 103,94% em sua verba orçamentária
entre 2010 e 2013. "Infelizmente não se pode atender tudo porque não se
tem recurso. Todos precisam se render à realidade financeira que assola o
mundo e isso qualquer pessoa inteligente consegue enxergar. Todos
tiveram que ajustar. Se contemplarmos um poder, prejudicaremos outro",
frisou.
O assunto repercutiu na Assembleia Legislativa por meio de
pronunciamentos dos deputados estaduais José Dias (PSD) e Fernando
Mineiro (PT).
Para José Dias, o debate sobre o Orçamento do próximo
ano não está "saudável". "Temos que analisar a proposta orçamentária sem
partidarismo. Estamos nos deparando com um debate que não é saudável,
não é democrático, não satisfaz aos interesses do povo. Ao lado da
elaboração da peça orçamentária, temos outro aspecto mais gritante que é
o não repasse, na forma legal e no tempo preciso, das dotações dos
outros poderes. Espero que consigamos na votação do Orçamento Geral uma
solução equilibrada que favoreça o povo",declarou.
Para Mineiro, é
preciso um entendimento sem que um poder fique jogando a culpa para o
outro. "O governo não pode emparedar um poder ou jogar um contra o
outro. Espero que dessa discussão saia alguma fagulha de transparência
porque o Executivo está com a capacidade total de remanejar os recursos
para aplicar onde quiser, sem dar satisfação a ninguém. É preciso
transparência", concluiu.
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