Alvo de ameaças de morte atribuídas ao presidente da Câmara Municipal de
Assú, vereador Odelmo de Moura Rodrigues, o deputado estadual Nelter
Queiroz (PMDB), vai pedir licença do mandato. A decisão é dada como
certa nos corredores da Casa, faltando apenas a formalização do pedido à
Presidência. Com a licença de Nelter, o suplente Kelps Lima (PR),
ex-secretário de Mobilidade Urbana de Natal, assumiria sua vaga.
Odelmo de Moura Rodrigues foi preso na tarde do dia 30 de agosto, no
município de Assú, por suspeita de envolvimento em vários homicídios que
aconteceram na região do Vale nos últimos 20 anos. A prisão fez parte
da Operação Malassombro. O deputado estadual teria ficado marcado para
morrer depois de conceder entrevistas cobrando do Governo do Estado a
prisão dos responsáveis pelos crimes.
De acordo com o delegado Odilon Teodósio, diretor da Divisão de Polícia
do Oeste (DIVIPOE), com sede em Mossoró, Odelmo era o mentor intelectual
do grupo que aterrorizava a região.
O vereador teria contratado dois pistoleiros identificados como Paulo
Douglas e Valdemar Ulisses para matar o deputado, mas como o serviço não
foi feito, os dois acabaram sendo executados, possivelmente a mando do
próprio Odelmo.
Queima de arquivo praticada pelo bando teria sido o motivo da morte de
Joaquim Gomes, executado com quatro tiros em 29 de fevereiro do ano
2000, às 22h, na Avenida Prudente de Morais, no bairro de Petrópolis,
Zona Sul de Natal, por quatro homens que chegaram num Palio de cor
verde, quatro portas.
Joaquim Gomes tinha morado em Assú e supostamente era pistoleiro do
bando, expulso da cidade por desavenças. “Temos informações que, na
época, deram 24h para o Joaquim sair da cidade, mas depois vieram em
Natal e o mataram”, disse o delegado, em entrevista coletiva realizada
um dia após a prisão de Odelmo.
Segundo as investigações, Odelmo de Moura Rodrigues cumpria a função,
antes exercida pelo próprio pai, conhecido como Zé Rodrigues, já
falecido, e que era o mentor do grupo. O irmão de Odelmo, Aureliano
Rodrigues da Silva, também fazia parte do bando. De acordo com a
polícia, Aureliano era pistoleiro e foi preso em março deste ano no Rio
de Janeiro, porque tinha contra ele três mandados de prisão em aberto.
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