da Agência Brasil
Brasília - Integrantes de organizações sociais participantes do
Grito dos Excluídos no Distrito Federal aproveitaram o Dia da
Independência para criticar o modelo político e econômico brasileiro e
cobrar das autoridades maior atenção aos direitos básicos de todos os
cidadãos.
Ao contrário do discurso oficial, que garante que 40 milhões de
pessoas superaram a situação de pobreza e ingressaram na classe média
nos últimos anos, os organizadores do Grito sustentam que o modelo
econômico segue condenando milhões de pessoas à exclusão social,
concentrando riqueza e renda na mão de poucos. Daí o lema deste ano:
Estado pra quem e para quê?
Como cada núcleo dispõe de autonomia para elaborar sua própria
pauta. Na capital federal, as críticas atingiram também o governo local,
principalmente a Agência de Fiscalização do Distrito Federal
(Agefis-DF). O órgão é responsável por zelar pelas normas de uso e
ocupação do solo, devendo coibir a abertura de comércios e obras
irregulares em áreas públicas, controlar a expansão urbana e impedir a
grilagem de terras públicas, entre outras atribuições.
“Ao contrário do que dizem, que está tudo muito bem, queremos
mostrar que o modelo econômico e o governo do Distrito Federal estão
excluindo pessoas. Conseguimos uma representatividade muito ampla para
isso, para mostrar que do jeito que está não dá”, declarou à Agência Brasil um
dos organizadores do ato, Vitor Guimarães, do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST). Explicou que, como o ato reúne vários
movimentos, cada qual com a suas prioridades, não é objetivo do Grito
dos Excluídos apresentar opções e soluções aos problemas apontados.
“Isto, cada movimento faz a seu modo, conforme suas prioridades”.
A expectativa dos organizadores era reunir ao menos 500 pessoas.
Para isso, quatro ônibus transportaram manifestantes de
cidades-satélites até a Esplanada dos Ministérios, onde acontece a
cerimônia oficial do Sete de Setembro. O grupo esperava atrair a adesão
de pessoas que assistiam ao desfile cívico.
Portando faixas e cartazes e com um grupo percussivo à frente, o
grupo seguiu à sede da Agefis. Lá foi montada uma pequena feira, onde
qualquer coisa, de roupas a um poema, podia ser negociada na base da
troca. A iniciativa foi a forma encontrada para questionar o padrão
hegemônico de produção e distribuição de produtos e mercadorias.
“São pessoas que se incomodam com o que vem ocorrendo. Pessoas que,
após assistirem ao desfile oficial, se virem que alguém está protestando
contra algo que elas próprias questionam no dia a dia, podem aderir ao
movimento”, disse Guimarães.
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