Na manhã da próxima quarta-feira (26), os presidentes do Conselho
Federal de Medicina (CFM), Roberto d´Avila; do Conselho Regional de
Medicina (Cremern), Jeancarlo Fernandes Cavalcante; e o vice-presidente
da Federação Nacional dos Médicos, Otto Batista, se reúnem com o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para entregar relatório
solicitando a intervenção federal na saúde pública do Rio Grande do
Norte.
A reunião deve acontecer às 11h. A decisão de pedir a intervenção do
Ministério da Saúde foi tomada na semana passada, após inspeção
realizada pelas entidades médicas no Hospital Walfredo Gurgel, seguida
de reunião com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e com o secretário
de Saúde, Isaú Gerino. Durante a visita, constatou-se que, só no setor
de ortopedia, 92 pacientes se espalhavam pelos corredores.
Além de pedir a intervenção federal, os conselhos e a Fecam pretendem
denunciar a situação à imprensa de outros países e às entidades
internacionais de saúde pública.
Sem vagas
O mais recente problema no Walfredo Gurgel são cinco pacientes que
foram operados e deveriam ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI),
mas, como não há vagas, estão ficando no Centro Cirúrgico, que deveria
estar liberado para novas operações.
“São pacientes gravíssimos. Eles estão sendo ventilados com carrinhos
de anestesia e correm risco de morte. Enquanto isso, outros pacientes
que deveriam ser operados têm que ficar na fila porque o Centro
Cirúrgico está ocupado”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos do
Rio Grande do Norte (Sinmed), Geraldo Ferreira.
Com a situação, os médicos anestesistas, que teriam a função de
cuidar dos pacientes durante as cirurgias, estão sendo obrigados a tomar
conta dos já operados. No total, segundo Geraldo Ferreira, há 35
doentes em locais inadequados dentro do Hospital Walfredo Gurgel.
“É um crime de omissão. Não há outra forma de resolver esses
problemas a não ser via intervenção federal. Caso aprove o pedido, o
Ministério deverá mandar recursos e equipe técnica, além de preparar um
planejamento de ações de curto, médio e longo prazo”, afirma o
presidente.
Outro lado
A assessoria de imprensa do HWG confirma a falta de vagas e diz que
os pacientes serão encaminhados a locais de internação assim que o
houver disponibilidade.
E o pedido de intervenção é contestado pelo Governo do Estado, que
afirma já ter um plano em andamento, apoiado pelo Ministério da Saúde,
para solucionar a crise. De acordo com o Governo, o Plano de
Enfrentamento dos Serviços de Urgência e Emergência do RN tem prazo de 6
meses e foi anunciado no início de julho, estando dentro do prazo.
do jornal de fato
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