Professores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa)
decidiram pôr um fim à greve que já durava 115 dias. A decisão foi
tomada em assembleia realizada ontem no auditório do Departamento de
Ciências Exatas e Naturais. Apesar do término do movimento paredista, as
aulas serão retomadas somente no dia 24 de setembro.
"A escolha da
data para reiniciarmos o período letivo deve-se ao cuidado que estamos
tendo em seguir o movimento nacional. O comando nacional de greve
solicitou que as seções sindicais se reunissem hoje (ontem) e amanhã
(hoje) para deliberar sobre a continuidade ou não da paralisação.
Durante essa reunião do comando, 13 universidades apontaram para o
término da greve e 17 votaram pela continuidade", explica o professor
José Torres, vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufersa
(Adufersa).
A greve nacional dos professores das Instituições de
Ensino Superior foi a responsável pela elaboração do Projeto de Lei nº
4.368/12, que já tramita no Congresso Nacional, e reestrutura a Carreira
Docente. Segundo o professor José Torres, o projeto não era o que a
categoria desejava, mas conseguiu reajustes para os docentes. "Os
salários serão reajustados de 20% a 40% de acordo com os níveis dos
professores e serão implantados entre os anos de 2013 e 2015", destaca.
No
entanto, segundo o vice-presidente da Adufersa, a maior conquista dos
docentes foi a mobilização da categoria. "A organização política foi,
sem sombra de dúvida, nossa maior conquista. Foi a primeira greve na
Ufersa e conseguiu agrupar os professores em torno da luta. A
paralisação estava forte em todos os Campi e cumpríamos a Lei de Greve,
que determina o efetivo de 30% trabalhando, com as pós-graduações,
pesquisas e a parte administrativa", esclarece o professor.
Servidores do IFRN também encerram a paralisaçãoOs
professores e servidores técnicos-administrativos do Instituto Federal
de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte votaram no
início desta semana pela suspensão da greve, iniciada em junho. Em
Natal, os profissionais devem voltar as suas atividades no dia 20,
enquanto que no Campus de Mossoró as aulas retornam no dia 17.
O
coordenador do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação
Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Fábio Procópio, informou
que mesmo com a suspensão da greve os servidores continuarão lutando por
uma estrutura de carreira apropriada.
"Muitas das nossas
reivindicações foram atendidas. As negociações foram bastante
satisfatórias, porém a estrutura de carreira não está adequada, não
estamos mais discutindo nem a questão percentual, só queremos a
resolução desse problema. Antecipamos nosso retorno, diferente de Natal,
e convidamos os alunos a retornarem às atividades a partir de
segunda-feira (17). Em relação ao calendário escolar, a partir de hoje
estaremos discutindo-o e a previsão é que ele seja ajustado brevemente".
Segundo
o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica,
Profissional e Tecnológica (Sinasefe), a categoria vai continuar
reivindicando, junto ao Governo Federal, a reestruturação das carreiras
de docente e técnico, melhores condições de trabalho e democratização
das decisões tomadas pela direção do instituto.
"Mesmo voltando ao
trabalho, o comando de greve vai continuar o movimento no Estado. Nosso
objetivo é conquistar as mudanças necessárias no IFRN", defendeu o
coordenador do Sinasefe em Natal, Marcel Lúcio Matias.
Ele
complementa dizendo que esta semana o comando de greve local irá visitar
16 campi do IFRN. Em seguida, deve ser redigido um termo para garantir
que os grevistas não sejam punidos por terem participado do movimento.
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