quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Ministério Público do Estado, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizou nas primeiras horas de ontem, na região de Mossoró, a "Operação Cangueiros", com objetivo de desarticular um esquema de fraude na concessão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Foram cumpridos 11 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão.
Entre os presos está o diretor do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran/RN) de Mossoró, Jader Luís Henriques da Costa, coordenador de transportes da campanha da candidata do DEM, Cláudia Regina, à Prefeitura de Mossoró.
De acordo com o MP, as investigações iniciadas há 11 meses abrangeram as cidades de Mossoró, Assú, Tibau, Alexandria e Aracati.
As irregularidades, de acordo com o MP, aconteciam desde o registro falso da presença dos interessados nas aulas teóricas das autoescolas a facilidades nos testes escritos, práticos, psicológicos e exames médicos. Foi divulgado até que pessoas analfabetas ou com algum grau de deficiência visual conseguiram obter autorização para dirigir.
O MP informou ainda que a fraude envolvia, além do diretor do Detran de Mossoró, servidores públicos do órgão e os proprietários de quatro Centros de Formação de Condutores.
Os demais suspeitos são Maria do Socorro Batista de Arruda, Gersoy Almeida Bezerra, André Leandro de Morais Gomes, Manoel Cândido de Paulo Filho, Reginaldo Luís de Araújo, Laudeilson Neves do Carmo, Maximiliano Robespierre Targino de Sá, Flávia Batista de Arruda, Regivânia Maria dos Santos e Francisco Alysson Soares da Rocha.
De acordo com a promotora Patrícia Martins, tudo começou a partir do momento em que a PRF percebeu que algumas pessoas das cidades da região tinham dificuldades para assinar o auto de infração nas blitze e pelas demonstrações de imperícia flagradas. "A partir disso, começamos a ouvir algumas pessoas e foi por onde identificamos as irregularidades", explicou a promotora.
A promotora disse ainda que foi identificado que alguns servidores do Detran de Mossoró recebiam propinas para facilitar o esquema intermediado por despachantes. "Havia recebimento de vantagens para facilitações nas provas", acrescentou.
Conforme as investigações, o esquema contava com uma tabela onde constavam aulas para o psicoteste (R$ 200), aprovação no teste de volante (R$ 250) e R$ 4 mil para facilitação em todas as etapas no processo de habilitação do motorista. O alvo principal da suposta quadrilha eram os analfabetos.
As 11 pessoas detidas foram encaminhadas ao quartel da PM em Mossoró. Também foram apreendidos celulares, computadores e mídias como CDs, DVDs e pen drives.

Envolvidos captavam interessados em se beneficiar nas provas escritas e práticasO MP apurou que o esquema fraudulento funcionava com a captação de interessados em obter a carteira de motorista, com facilidades como não assistir às aulas teóricas, provas escritas e práticas. Em alguns casos, os gabaritos da prova teórica eram entregues em branco para posteriormente serem preenchidos pelos integrantes da quadrilha.
Para o MP, os aspirantes a condutor tinham acesso antecipadamente aos testes psicológicos e eram aprovados nos exames de visão ainda que apresentassem algum tipo de problema que o incapacitassem à aptidão na prova.
Entre os crimes supostamente praticados, o MP menciona formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema de informação e corrupção passiva e ativa.
A "Operação Cangueiros" contou com o apoio de 24 promotores de justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), 120 agentes da Polícia Rodoviária Federal e 12 policiais militares.

de o mossoroense

Nenhum comentário:

Postar um comentário