Boa parte dos professores que foram contratados pelo Governo do Estado
em 2012 ainda está sem receber os seus salários. O professor Márcio
Manoel, que leciona História na Escola Estadual Diran Ramos do Amaral,
conta que faz cinco meses que não recebe os seus vencimentos.
"O
sentimento é de indignação, de revolta, eu dou aula todos os dias e não
estou recebendo por isso. Eu preciso sustentar minha família, e o
orçamento já estourou faz tempo. Só estou conseguindo segurar porque
tenho outro vínculo na iniciativa privada", esclarece o professor.
Segundo
ele, o que mais revolta é que o Governo do Estado não explica aos
docentes o motivo do atraso. "O que chega até nós são boatos, porque o
governo não emite uma nota oficial para explicar a demora do pagamento,
muito menos o dia em que os valores serão pagos. Algumas pessoas se
manifestaram nas redes sociais que estão recebendo o pagamento, mas
muitos outros, como eu, ainda não", destaca Márcio Manoel.
O
coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN (Sinte/RN),
Rômulo Arnaud, diz que o Estado efetivou 614 professores em abril de
2012. Uma parte dos docentes recebeu, no dia 31 de agosto, o pagamento
referente a quatro meses, o que significa que faltou o pagamento de um
mês.
"O Sinte está tentando marcar uma audiência com a Secretaria de
Educação, mas até agora não conseguiu. É um absurdo o Estado atrasar
cinco meses de salário, são prejuízos irreparáveis para esses
profissionais. Além disso, os professores que receberam os salários no
mês de agosto, tiveram o Imposto de Renda descontado, o que não
aconteceria se o pagamento tivesse saído normalmente. O governo alega
problema na documentação, mas o problema é que os profissionais não
foram notificados para providenciar esses documentos", explica.
Cassiele
Lima foi uma das professoras que receberam os pagamentos atrasados.
"Esse período sem receber salário foi muito difícil, principalmente
porque eu estou gestante e precisava do dinheiro para comprar o
enxoval", conta a professora.
O secretário estadual da Administração,
Alber Nóbrega, afirma que o atraso do pagamento é decorrente da
burocracia do Estado, além dos professores que não agilizaram a
nomeação. "Esta semana estamos preparando uma folha extra para o
pagamento desses professores", informa o secretário.
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