Na rede pública de saúde
do Rio Grande do Norte, 418 leitos de internação foram desativados nos
últimos sete anos (2005-2012). O Estado é o 18º colocado no ranking
nacional dos que perderam mais leitos . Na rede pública, passamos de
7.199 leitos, em 2005, para 6.781 em 2012. A rede privada de saúde do
RN também registrou a desativação de 269 leitos. Passou de 1.518, em
2005, para 1.249, em 2012.
Essas informações fazem parte de uma análise feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre os aspectos que dificultam o trabalho
do médico, como a falta de investimento e de infraestrutura. O
levantamento tem como base os dados do Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, nos meses de
outubro de 2005 e junho de 2012.
A pesquisa do CFM considerou ainda os chamados leitos complementares (Unidades de Terapia Intensiva e Unidades Intermediárias).
O
presidente do Conselho Regional de Medicina do RN, Jeancarlo Fernandes
Cavalcante, vê com preocupação a desativação desses 418 leitos. "A
população cresce, aumenta a necessidade por internação e os hospitais
não acompanham essa demanda devido a falta de leitos. Ao invés de
aumentar, o Estado diminui os leitos devido a falta de infraestrutura e
de pessoal nos hospitais", disse o presidente do Cremern.
Para
Jeancarlo Cavalcante, o Estado deveria investir no aumento do número de
leitos co uma estrutura mínima pra receber os pacientes, o que não vem
sendo feito. "Essa é uma preocupação constante do Cremern. A sobrecarga
do Walfredo Gurgel é uma consequência dessa falta de leitos. Em Macaíba,
por exemplo, existe um hospital que poderia desafogar o HWG, mas falta
estrutura para acomodar os pacientes. O Cremern pretende debater essa
situação com a Secretaria Estadual de Saúde para se chegar a uma
solução", disse o médico.
O posicionamento do CFM é semelhante ao
do Cremern."Os gestores simplificaram a complexidade da assistência à
máxima de que 'faltam médicos no país'. Porém, não levam em consideração
aspectos como a falta de infraestrutura física, de políticas de
trabalho eficientes para profissionais da saúde, e, principalmente, de
um financiamento comprometido com o futuro do Sistema Único de Saúde", o
presidente do CFM, Roberto Luiz d'Ávila.
Hoje o Governo Federal
paga ao RN o valor de R$800,00/dia por cada leito de UTI e R$300,00/dia
por leito clínico. O Secretário Estadual de Saúde, Esaú Gerino,
reconhece a dificuldade de leitos no RN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário