Brasília - A utilização da biometria para identificar os eleitores no
momento da votação pode abrir caminho para uma nova organização do
sistema eleitoral no país, tornando o processo ainda mais seguro e
fácil, conforme Leonardo Barreto, cientista político da Universidade de
Brasília (UnB). Para ele, será possível, por exemplo, o eleitor votar em
qualquer seção eleitoral.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), a tecnologia que permite identificar o eleitor por meio de suas
impressões digitais será utilizada nas eleições deste ano por
aproximadamente 7,7 milhões de pessoas em 299 municípios. A expectativa
do TSE é que até 2018 todos os eleitores brasileiros possam votar após
identificação pelas digitais.
"Ainda não há nenhuma posição do TSE
nessa direção, mas uma das possibilidades que a biometria traz é a
reorganização de todo o sistema de votação, com a eliminação da
necessidade de os eleitores comparecerem a zonas e seções eleitorais
específicas. Com a biometria, você pode votar em qualquer lugar, porque
haverá um banco de dados disponível em todos os lugares [de votação]",
explicou.
Segundo Barreto, embora uma das possíveis consequências
seja a maior comodidade para o eleitor, que poderá escolher onde votar, o
principal ganho é o aumento da segurança do processo.
"Sem dúvida
esta nova organização eliminaria uma fonte de coronelismo político. Com o
nível de detalhamento que existe hoje, sabendo-se exatamente onde cada
pessoa confirma sua escolha, há candidatos que pressionam eleitores a
garantir determinado número de votos nas seções onde estão cadastrados.
Sem a estipulação de zonas e seções, perde-se esse tipo de controle",
disse.
De acordo com o TSE, o uso da biometria para identificação dos
eleitores foi implementado de forma pioneira nas eleições municipais de
2008 nas cidades de Colorado do Oeste (RO), Fátima do Sul (MS) e São
João Batista (SC). Em 2010, o sistema foi utilizado por mais de 1,1
milhão de eleitores de 60 municípios em 23 estados.
Agência Brasil
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