Corredores lotados de pacientes clamando por atendimento, falta de
material médico e remédios. Esta é a realidade do Hospital Monsenhor
Walfredo Gurgel, o maior em urgência e emergência do Rio Grande do
Norte, e que sintetiza em sua estrutura a calamidade na saúde pública
pela qual passa o Estado, agravada nos últimos dias pela greve dos
médicos cooperados que prestam serviço ao município.
Com o fechamento das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e AMEs
(Atendimento dos Ambulatórios Médico Especializado), responsáveis pelo
atendimento básico na saúde, a demanda destas unidades está seguindo
para o Walfredo Gurgel, que sente em suas estruturas também o impacto da
falta de atendimento nos outros hospitais do município cujos médicos
estão em greve.
“Deveríamos cuidar apenas de casos graves, mas estamos recebendo aqui
desde pacientes com unhas encravadas, ou outros problemas mais simples,
até pessoas que estão necessitando de atendimento da mais alta
complexidade. Nosso maior problema hoje é a ortopedia. Isso porque a
Prefeitura de Natal é a responsável por contratar os serviços de
cirurgias ortopédicas, mas como há uma dívida do município de milhões
com a Coopmed, e os médicos desta cooperativa estão com os salários
atrasados desde junho, há esse caos. O ideal é que tivéssemos também um
outro hospital para traumas”, explicou a diretora-geral do Walfredo
Gurgel, a médica cirurgiã Fátima Pereira.
Nesta quinta-feira (13), 209 pacientes foram atendidos na unidade. Um
total de 61 passaram por cirurgia geral e outros cinco pelo setor de
queimaduras. Nesta sexta-feira (14), 79 esperavam nos leitos e
corredores por cirurgias ortopédicas.
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