da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pediu hoje
(29) aos senadores que agilizem a votação do Projeto de Lei do Plano
Nacional de Educação (PNE). A matéria está na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado que fez audiência pública em conjunto com a
Comissão de Educação para ouvir a posição dele quanto ao texto aprovado pela Câmara.
O empenho pedido pelo ministro tem como razão o cumprimento das
metas do plano que tomam por base o ano de 2010. Mercadante disse que é
necessário não fazer do PNE um Protocolo de Quioto (tratado
internacional com compromissos rígidos para redução de gases de efeito
estufa) em que vários países assumiram as metas mas não cumpriram.
Mercadante reiterou que a implementação do Plano Nacional de Educação depende integralmente dos repasses de recursos dos royalties
de petróleo. O ministro frisou que não tem como retirar os recursos
necessários para isso do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Segundo ele, em 2011, houve um investimento total em educação de 6,1%
do PIB e um investimento direto de 5,3%. Para que esse investimento seja
o equivalente a 10%, como previsto no PNE, deveria haver um acréscimo
de R$ 200 bilhões. "Não há como fazermos isso. Devemos dizer de onde
virá esse investimento e ele deve vir dos royalties."
Entre as metas assumidas estão a universalização de crianças de 4 a 5
anos de idade em escolas da rede pública até 2016 e a ampliação em 50%
do número de creches no país que beneficiará 5,4 milhões de crianças até
2022. Mercadante destacou que, para cumprir a meta de ampliar em 50% o
número de creches, é necessária uma parceria efetiva entre o governo
federal e as prefeituras.
O ministro frisou que até 2014 o MEC construirá 6 mil creches, sendo
que 2,6 mil já estão em obra. Segundo ele, a prioridade será a inclusão
“das crianças mais pobres” nessas creches.
Outra meta apresentada pelo ministro aos senadores é a alfabetização
de todas as crianças até 8 anos de idade. Atualmente, ressaltou
Mercadante, 15,2% dessas crianças não conseguem se alfabetizar até essa
idade.
Pelos dados do ministério, as regiões Norte e Nordeste são as que
apresentam os maiores percentuais de crianças até 8 anos que não
conseguem ler, escrever, interpretar o texto e fazer as operações
básicas de matemática. Mercadante destacou que a alfabetização das
crianças é essencial para que elas possam progredir no aprendizado. “A
[falta de] alfabetização é a raiz do problema”, disse.
Outra meta apresentada é investir no ensino em tempo integral. Na
prática, a ideia é estabelecer o ensino integral em 50% das escolas
públicas de todo o país para atingir 25% dos estudantes. Entretanto, ele
destacou que não há espaço físico nas escolas públicas para atingir a
meta o que torna necessário mais investimentos para a ampliação do
espaço físico disponível.
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