O ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado está para o Rio Grande do
Norte assim como Joe Kennedy esteve para os Estados Unidos quando o
filho dele John Kennedy era o presidente da maior potência do planeta no
início dos anos 1960.
Se Joe era chamado de a "iminência parda" por mandar no governo à
distância, Carlos Augusto é conhecido por ser o "Ravengar", numa
referência ao bruxo da novela "Que Rei Sou Eu" exibida pela Rede Globo
em 1989 e reprisada atualmente pelo canal fechado Viva.
As
semelhanças entre ambos se encerram por aí: Joe foi retirado do comando
do governo pelos filhos Bob (que era o procurador-geral) e John num dos
momentos mais difíceis da gestão Kennedy quando se levantaram rumores do
envolvimento de Joe com a máfia.
O potiguar e o estadunidense
receberam tratamentos diferentes nos momentos de dificuldade. A
diferença se dá pelas circunstâncias. O primeiro não tem o nome
envolvido em questões que atrapalhariam o governo, o que não acontece
com o segundo.
Carlos Augusto Rosado chega ao governo de forma
oficial num quadro em que o governo da esposa vive o pior momento
(apesar da vitória em Mossoró). A governadora não foi aceita nos
palanques de aliados em 166 dos 167 municípios do Estado, está em pé de
guerra com o Ministério Público e Judiciário, o Hospital da Mulher tem
contratos com empresas terceirizadas investigadas pelo MP e a saúde está
em estado de calamidade pública.
A oficialização de Carlos Augusto
no governo foi uma ideia apresentada pelo natimorto conselho político
implantado pela governadora. Em princípio, ele relutou, mas no final
terminou por aceitar ter um cargo na gestão, coisa que ele sempre se
negou a ter.
A chegada de Carlos Augusto à chefia do Gabinete Civil
estadual é uma tentativa de se forjar um fato novo. Uma maneira de
tentar criar a sensação de que o governo, que amarga mais de 70% de
desaprovação em Natal viverá uma nova fase administrativa.
No
entanto, pouca coisa mudará tendo em vista que Carlos já exercia o
comando conforme chegou a denunciar o ex-deputado estadual Paulo de
Tarso Fernandes, que ocupou a função hoje exercida pelo marido da
governadora.
Ele revelou há um ano que todos os assuntos polêmicos
da administração era Carlos Augusto quem dava a última palavra. O caso
simbólico foi a renomeação do vice-governador Robinson Faria (PSD) para a
Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente. Na época ao
trazer a nomeação para Rosalba, que voltara de viagem aos EUA e teve que
repassar o cargo a Robinson, ela disse que o esposo é quem iria
decidir.
Próximo passo será abrir espaços para o PMDBAbrir
espaços para o PMDB é o próximo passo para a governadora Rosalba
Ciarlini. Especula-se na capital que ela faria uma reforma
administrativa alterando várias secretarias, desalojando nomes trazidos
da Prefeitura de Mossoró para compor o primeiro escalão estadual.
Esses
seguidores do rosalbismo seriam reacomodados na Prefeitura de Mossoró,
preechendo o secretariado da prefeita eleita Cláudia Regina (DEM).
O
PMDB é considerado um aliado fundamental para a governadora. Possui a
maior bancada na Assembleia Legislativa, além de ter o maior número de
prefeito e vereadores do Rio Grande do Norte.
Outro item que torna a
governadora dependente do PMDB é o fato de a legenda ter em seus quadros
o ministro da Previdência, Garibaldi Filho, e o líder da legenda e
provável presidente da Câmara dos Deputados no biênio 2013/14, Henrique
Alves.
A ajuda dos dois é considerada essencial para a liberação de
recursos federais para o Governo do Estado. O fato de a governadora ser
do DEM tem dificultado esse canal.
Do ponto de vista político também
existe o temor de o PMDB decidir ter candidato ao Governo do Estado. O
ministro Garibaldi Filho deu margem para especulações quando perguntou a
aliados durante a campanha eleitoral se eles tinha saudades dos tempos
em que ele administrava o Estado. A atitude não foi interpretada como
uma das tradicionais brincadeiras do líder peemedebista, mas como um
recado ao DEM local.
de O mossoroense
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