O presidente nacional do DEM, o senador potiguar José Agripino, acha que
a oposição só terá chance de vitória em 2014 se ampliar a minguada
coligação de partidos que hoje são contra a administração federal do PT.
Mas o líder do Democratas não sabe ainda como fazer para atrair mais
legendas além da sua própria, do PSDB e do PPS.
Em entrevista nesta terça-feira (4) ao "Poder e Política", projeto da Folha
e do UOL, Agripino afirmou que a presença de Eduardo Campos (PSB) na
corrida presidencial é importante para ajudar a oposição. O recado
principal do dirigente do Democratas é que há ainda um caminho longo
para viabilizar um nome competitivo na disputa de 2014, quando a
presidente Dilma Rousseff deve disputar a reeleição.
Ao comentar as chances do principal postulante do PSDB para o Planalto, o
senador Aécio Neves (MG), Agripino fez um comentário cético: "É um nome
da melhor qualidade. Agora, o que é preciso não é ter candidato. É ter
candidato para ganhar a eleição".
Aécio Neves não é para ganhar eleição? "Pode ser. Eu tenho a consciência
que só as oposições unidas não têm chances na medida certa para começar
uma campanha com perspectiva real de vitória neste momento", responde
Agripino.
A atração de partidos do campo governista dependeria do grau de
insatisfação dessas siglas com o tratamento que recebem do PT. O
presidente do DEM diz manter contatos com PMDB, PSB e PP, todas legendas
pró-Dilma. "Se existe diálogo, existe perspectiva de entendimento",
afirma.
Mas tudo está no campo das conjecturas. "Fixar neste momento, em
dezembro de 2012, que a perspectiva de aliança pode ser com A, com B e
com C, seria até excesso de pretensão de minha parte", declara Agripino.
Numa política de boa vizinhança com o PMDB, o DEM vai apoiar os nomes
dessa legenda para presidir as duas Casas do Congresso. A eleição é em
1º de fevereiro e os nomes peemedebistas são Henrique Alves (RN) na
Câmara e Renan Calheiros (AL) no Senado.
A atitude do DEM visa a manter um bom relacionamento congressual com o
PMDB, o maior partido do país. Ficar a postos para o caso de os
peemedebistas se sentirem preteridos pelo PT dentro do governo Dilma.
O DEM encolheu ao longo da última década. Hoje, tem apenas 28 deputados e
é apenas a 7ª maior bancada da Câmara. Agripino quer chegar a 40
deputados e a 6 senadores em 2014. Mas não cita nomes novos como
puxadores de votos. Só políticos tradicionais da legenda, que estão sem
mandato e voltarão às urnas daqui a dois anos, como Marco Maciel, Moroni
Torgan, José Carlos Aleluia e Paulo Souto.
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