A queda no preço da luz das residências deve ficar bem abaixo dos 16,2%
previstos pela presidente Dilma em setembro, quando anunciou os planos
para baixar tarifas.
Parte dessa redução foi limitada, ontem, pela recusa da Cemig de renovar
as concessões de suas geradoras, em troca do que teria que baixar o
preço da energia.
Anteontem, a Cesp também havia deixado três usinas de fora. Juntas, elas
representam mais de um quarto da energia que poderia ser barateada, o
que torna impossível ao governo chegar aos 20,2% de redução na média
previstos, a não ser com novas medidas.
Pelos cálculos do próprio governo, a queda agora será de 16,7%. No caso
das residências, porém, o alívio será ainda menor, por causa da
necessidade de ligar usinas térmicas, cujo custo é até cinco vezes maior
que o das hidrelétricas.
Inicialmente previsto em 16%, o corte na conta de eletricidade para residências pode cair para perto de 10%.
Além disso, a redução na cobrança deve ser sentida apenas a partir de
março, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Além de Cesp e Cemig, outras duas empresas optaram por não prorrogar os
contratos de suas hidrelétricas nos moldes propostos pela União -com
redução em torno de 70% da tarifa: a Copel, do Paraná, e a catarinense
Celesc.
Do total de geradoras, 60% aderiram ao plano de Dilma. Todas as nove
empresas de transmissão aceitaram renovar agora as concessões que
venceriam entre 2015 e 2017.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio
Zimmermann, disse que a opção de Cesp, Cemig e Copel -estatais de São
Paulo, Minas Gerais e Paraná, Estados administrados pelo PSDB, principal
partido de oposição ao governo federal- pune também a população desses
Estados e que as companhias olharam apenas para o curto prazo.
"Elas estão causando diretamente o impacto de não atingir os 20,2%.
Estão sendo penalizadas as populações de São Paulo, Minas Gerais e
Paraná pela decisão que essas empresas tomaram de não aceitar essas
regras", afirmou Zimmermann.
Cesp e Cemig, no entanto, argumentam que as condições oferecidas pelo
governo federal tornam as empresas inviáveis do ponto de vista
econômico. A Cemig também afirma que, no caso de três usinas da empresa
-São Simão, Jaguara e Miranda, que têm uma participação mais
significativa no parque gerador nacional-, as concessões podem ser
renovadas por mais 20 anos por contrato, o que o governo não aceita.
fonte uol.com
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