terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Garibaldi diz que Rosalba vai mal e admite rompimento

Em entrevista à TV Tribuna, o ministro da Previdência Social, Garibaldi Filho (PMDB), disse que o governo Rosalba Ciarlini precisa melhorar e que o rompimento é iminente.

Para o ministro, as desculpas para os problemas da atual gestão não colaram, mas ainda há tempo para reverter o quadro." Esses dois anos não fizeram bem ao seu governo perante à opinião pública porque os problemas se agravaram. Ela tem condições de recuperar e tem fôlego para isso. Não adianta falar em herança maldita, que o problema é nacional porque o povo quer que aqui ela faça a parte dela. Ela tem condições de acertar, mas está devendo. Rosalba só tem uma bala na agulha e agora tem que ser fulminante", destacou.
O ministro apresentou o diagnóstico que pode explicar porque o governo vai mal. "O governo é muito fechado, centralizador. O principal núcleo do governo não atende às exigências de natureza política", disse.
Ele também comentou sobre o Conselho Político. Disse que o órgão formado por líderes partidários nunca funcionou. "O Conselho ficou na teoria. Não serviu nada de prático. Você soube de alguma providência desse Conselho que gerou consequências? Esse Conselho não chegou nem a existir. Se você tem um governo de coalização o problema todo é exercitar esse governo de coalização porque na teoria é uma coisa e na prática é outra", acrescentou.
O ministro revelou que Carlos Augusto queria muito fazer parte do governo Rosalba de forma oficial. "Muito antes de ele ser nomeado eu fui abordado e disse que o melhor para Rosalba era nomear Carlos Augusto porque ele sempre quis participar da administração dela, então melhor que ele participe. O que se espera é que a partir disso as coisas possam melhorar", frisou.
ROMPIMENTO
Com relação ao rompimento, Garibaldi declarou que ele pode ocorrer mais rápido do que muitos pensam. Ele afirmou que a sabedoria política orienta que isso não deve ocorrer nem no começo nem no meio do governo, mas que essa máxima está em desuso.
De acordo com o ministro, depende mais do governo Rosalba que do PMDB a manutenção da aliança. "Não posso falar sozinho pelo PMDB... o PMDB poderá romper com o governo mais cedo do que muitos pensam. Nós estamos esperando ainda por uma resposta porque nós vamos ter que ouvir vereadores, vice-prefeitos, prefeitos, presidentes de diretórios e deputados. Todos serão ouvidos para que se tenham uma decisão. É preciso que se ouça para que se tenha uma decisão democrática", garantiu.
O ministro deixou transparecer que se o governo seguir mal avaliado o PMDB se afastará. "Para estar sintonizado com o sentimento do povo do Rio Grande do Norte o PMDB está esperando que o governo melhore", destacou.
Sobre a conversa que teve com a governadora no final de semana retrasado, Garibaldi a classificou como positiva. No entanto, ele disse que os compromissos firmados precisam sair do papel. "O que interessa é que esse governo possa evitar esse rompimento. Fui chamado para uma conversa que foi muito franca, sincera e cordial, mas, e depois disso? Você espera consequências. Nós passamos a dotar aquilo que você falou, 'você' precisa ser mais ouvido. O 'você' é o PMDB", acrescentou.
Candidatura de Walter Alves "depende" do povoUsando a contumaz retórica bem-humorada, Garibaldi Filho avisou que para o deputado estadual Walter Alves (PMDB) disputar o Governo do Estado vai ser preciso "combinar com o povo" antes. Ele disse que o mesmo vale para a postulação de Henrique Alves para o Senado. "Não vou traçar planos aqui. Porque traçaria os melhores planos para Henrique, para Walter porque quem decide é o povo", disse.
O ministro destacou que uma eventual candidatura própria do PMDB não dependerá de interesses da família Alves e citou o empenho da legenda para eleger Hermano Morais contra o primo Carlos Eduardo (PDT) em Natal. "Essa candidatura de Hermano foi muito boa para dizer que nós não fazemos política familiarmente. O Alves era Carlos Eduardo e nós ficamos ao lado de Hermano. Não se trata de interesse familiar. O nosso vai mais além. Eu me preocupo mais com Henrique, agora vou me preocupar muito menos, porque vai se fazer justiça a ele. Walter me deixa muito feliz e gostaria que ele tivesse um futuro político. Não é porque ele é meu filho, mas porque ele tem vocação e quem tem vocação merece crescer politicamente. Quem vai dizer o que ele vai ser não sou eu é o povo", avisou.
Com relação ao desinteresse em disputar o Governo do Estado, Garibaldi o justificou por não querer receber as cobranças que o cargo impõe. "Eu tenho boas recordações do governo, mas sei que ser governador não é fácil. Uma coisa era a fiscalização que o governo recebia antes, outra coisa é a fiscalização que recebe agora. Existe muitos canais abertos pela internet. A minha conclusão é de que eu gostaria de evitar essa cobrança e eu já fui cobrado demais", destacou.
Por fim, o ministrou evitou comentar sobre a possibilidade de apoiar o vice-governador Robinson Faria (PSD) em 2014. "O caso de Robinson foi de um ineditismo total e absoluto. Foi antes de um ano. Não estou aqui para falar sobre isso. Quando eu disse que poderia romper antes é diante de que haja uma matreirice política", concluiu.

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