Em entrevista à TV Tribuna, o ministro da Previdência Social, Garibaldi
Filho (PMDB), disse que o governo Rosalba Ciarlini precisa melhorar e
que o rompimento é iminente.
Para o ministro, as desculpas para os problemas da atual gestão não
colaram, mas ainda há tempo para reverter o quadro." Esses dois anos não
fizeram bem ao seu governo perante à opinião pública porque os
problemas se agravaram. Ela tem condições de recuperar e tem fôlego para
isso. Não adianta falar em herança maldita, que o problema é nacional
porque o povo quer que aqui ela faça a parte dela. Ela tem condições de
acertar, mas está devendo. Rosalba só tem uma bala na agulha e agora tem
que ser fulminante", destacou.
O ministro apresentou o diagnóstico
que pode explicar porque o governo vai mal. "O governo é muito fechado,
centralizador. O principal núcleo do governo não atende às exigências de
natureza política", disse.
Ele também comentou sobre o Conselho
Político. Disse que o órgão formado por líderes partidários nunca
funcionou. "O Conselho ficou na teoria. Não serviu nada de prático. Você
soube de alguma providência desse Conselho que gerou consequências?
Esse Conselho não chegou nem a existir. Se você tem um governo de
coalização o problema todo é exercitar esse governo de coalização porque
na teoria é uma coisa e na prática é outra", acrescentou.
O ministro
revelou que Carlos Augusto queria muito fazer parte do governo Rosalba
de forma oficial. "Muito antes de ele ser nomeado eu fui abordado e
disse que o melhor para Rosalba era nomear Carlos Augusto porque ele
sempre quis participar da administração dela, então melhor que ele
participe. O que se espera é que a partir disso as coisas possam
melhorar", frisou.
ROMPIMENTO
Com relação ao rompimento, Garibaldi
declarou que ele pode ocorrer mais rápido do que muitos pensam. Ele
afirmou que a sabedoria política orienta que isso não deve ocorrer nem
no começo nem no meio do governo, mas que essa máxima está em desuso.
De
acordo com o ministro, depende mais do governo Rosalba que do PMDB a
manutenção da aliança. "Não posso falar sozinho pelo PMDB... o PMDB
poderá romper com o governo mais cedo do que muitos pensam. Nós estamos
esperando ainda por uma resposta porque nós vamos ter que ouvir
vereadores, vice-prefeitos, prefeitos, presidentes de diretórios e
deputados. Todos serão ouvidos para que se tenham uma decisão. É preciso
que se ouça para que se tenha uma decisão democrática", garantiu.
O
ministro deixou transparecer que se o governo seguir mal avaliado o PMDB
se afastará. "Para estar sintonizado com o sentimento do povo do Rio
Grande do Norte o PMDB está esperando que o governo melhore", destacou.
Sobre
a conversa que teve com a governadora no final de semana retrasado,
Garibaldi a classificou como positiva. No entanto, ele disse que os
compromissos firmados precisam sair do papel. "O que interessa é que
esse governo possa evitar esse rompimento. Fui chamado para uma conversa
que foi muito franca, sincera e cordial, mas, e depois disso? Você
espera consequências. Nós passamos a dotar aquilo que você falou, 'você'
precisa ser mais ouvido. O 'você' é o PMDB", acrescentou.
Candidatura de Walter Alves "depende" do povoUsando
a contumaz retórica bem-humorada, Garibaldi Filho avisou que para o
deputado estadual Walter Alves (PMDB) disputar o Governo do Estado vai
ser preciso "combinar com o povo" antes. Ele disse que o mesmo vale para
a postulação de Henrique Alves para o Senado. "Não vou traçar planos
aqui. Porque traçaria os melhores planos para Henrique, para Walter
porque quem decide é o povo", disse.
O ministro destacou que uma
eventual candidatura própria do PMDB não dependerá de interesses da
família Alves e citou o empenho da legenda para eleger Hermano Morais
contra o primo Carlos Eduardo (PDT) em Natal. "Essa candidatura de
Hermano foi muito boa para dizer que nós não fazemos política
familiarmente. O Alves era Carlos Eduardo e nós ficamos ao lado de
Hermano. Não se trata de interesse familiar. O nosso vai mais além. Eu
me preocupo mais com Henrique, agora vou me preocupar muito menos,
porque vai se fazer justiça a ele. Walter me deixa muito feliz e
gostaria que ele tivesse um futuro político. Não é porque ele é meu
filho, mas porque ele tem vocação e quem tem vocação merece crescer
politicamente. Quem vai dizer o que ele vai ser não sou eu é o povo",
avisou.
Com relação ao desinteresse em disputar o Governo do Estado,
Garibaldi o justificou por não querer receber as cobranças que o cargo
impõe. "Eu tenho boas recordações do governo, mas sei que ser governador
não é fácil. Uma coisa era a fiscalização que o governo recebia antes,
outra coisa é a fiscalização que recebe agora. Existe muitos canais
abertos pela internet. A minha conclusão é de que eu gostaria de evitar
essa cobrança e eu já fui cobrado demais", destacou.
Por fim, o
ministrou evitou comentar sobre a possibilidade de apoiar o
vice-governador Robinson Faria (PSD) em 2014. "O caso de Robinson foi de
um ineditismo total e absoluto. Foi antes de um ano. Não estou aqui
para falar sobre isso. Quando eu disse que poderia romper antes é diante
de que haja uma matreirice política", concluiu.
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