quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Agente penitenciário federal encontrado morto a tiros e com os olhos arrancados na Estrada da Raiz

Lucas_Barbosa_mortoNo final da manhã de ontem, populares encontraram o corpo de um homem morto a tiros, com as mãos amarradas e os olhos arrancados, em uma área deserta, na Estrada da Raiz, bairro Santo Antônio. Lucas Barbosa Costa, 23, natural do Piauí, estava há três anos trabalhando no Presídio Federal de Mossoró.
Segundo informações repassadas pelo delegado Roberto Moura, titular da Delegacia Especializada em Homicídios (Dehom) de Mossoró, por volta das 10h40 populares avistaram o corpo do agente penitenciário às margens de uma estrada carroçável e acionaram a Polícia Militar.
Quando os policiais chegaram ao local perceberam que a vítima estava vestida com a farda de agente penitenciário federal, dando a entender que se tratava de um funcionário do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Aproximadamente dois quilômetros após onde o corpo foi localizado, os policiais encontraram um veículo incendiado.
Peritos do Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep) constataram que o agente estava com os olhos arrancados, as mãos amarradas e o corpo com mais de 10 perfurações de tiros de pistola, dando a entender, que antes de ser assassinado Lucas Barbosa foi torturado.
Segundo a polícia e o Itep, provavelmente o agente penitenciário federal tenha sido assassinado na noite anterior, mesmo período em que o seu veículo, um Cerato, de cor prata, placa NNR-5181/Mossoró, foi incendiado.
Peritos do Itep necropsiaram o corpo do agente ontem à tarde com acompanhamento de uma equipe de legistas da Polícia Federal, enviada pelo Depen para analisar as circunstâncias do crime.
Para o delegado Roberto Moura, que investigará o assassinato, ainda é muito cedo para falar sobre os motivos e quem foram os criminosos. Dois inquéritos policiais, um civil e outro federal serão abertos para investigar o homicídio.
O Presídio Federal de Mossoró abriga 75 presos de alta periculosidade, sendo a sua maioria traficantes cariocas e paulistas, ligados a facções criminosas, entre elas o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Risco de novas investidas contra policiais e agentes federais coloca "tropas" em alertaRecentemente, um alerta feito pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte dava conta que policiais e agentes penitenciários poderiam sofrer atentados provenientes de facções criminosas, alojadas em unidades prisionais do Nordeste.
Com a morte do agente penitenciário federal LucasBarbosa, a precaução dos policias e agentes passou a ser redobrada. O Depen já enviou um alerta às quatro penitenciárias federais do Brasil para que os agentes fiquem atentos a ameaças.
Em Mossoró, de acordo com o setor de inteligência, os agentes federais passaram a adotar mais rigor no tocante a cuidados pessoais. A direção do presídio evita falar sobre o caso, alegando que toda e qualquer informação seja repassada pela assessoria de imprensa do Depen, em Brasília.
Colegas do agente penitenciário federal morto acreditam que crime tenha sido encomendado de fora de MossoróUma equipe do serviço de inteligência do Presídio Federal de Mossoró, que esteve ontem no Itep, falou com exclusividade ao O Mossoroense sobre o assassinato de Lucas Barbosa. Os colegas acreditam que ele tenha sido morto por criminosos profissionais, vindo de fora para executá-lo.
O chefe de Lucas, que preferiu não dizer o nome, disse que o rapaz era o mais novo da equipe e trabalhava no setor de visitas, onde mantinha contato apenas com advogados e familiares dos presos, sempre se portando com muita rigidez e dedicação no desempenho de suas funções.
"Acreditamos que Lucas tenha sido morto para tentar intimidar os agentes penitenciários. Ele não tinha nenhum contato com os presos, apenas fiscalizava as visitas dos advogados e familiares dos presos", explicou o agente.
Ainda de acordo com o chefe de Lucas, o último plantão que ele havia dado no Presídio Federal foi no final de semana passado, quando no domingo pela manhã deixou a unidade prisional e não mais foi visto pelos colegas. Lucas estava residindo há 15 dias em um condomínio próximo à Ufersa, onde havia comprado um apartamento.
HumilhaçãoQuando foi encontrado por populares, Lucas Barbosa usava bermuda, camiseta e por cima da roupa a farda do Presídio Federal. "Lucas foi humilhado pelos assassinos, que provavelmente o obrigaram a vestir a farda antes de ser assassinado", concluiu.
RetrospectoEste é o segundo episódio envolvendo agentes penitenciários federais. No dia 23 de julho de 2011, Iverildo Antônio da Silva, funcionário do Depen, morreu ao trocar tiros com a Polícia Militar de Campo Grande, durante os festejos de Sant'Ana, padroeira do município. A confusão foi gerada por um som alto. Ele trabalhava na unidade de Mossoró.

fonte O mossoroense

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