da Agência Brasil
Brasília – A criação de um instituto para avaliar e regular o ensino
superior no país foi debatida hoje (10) em audiência pública na
Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. O Instituto
Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes), novo
órgão do Ministério da Educação (MEC), também será responsável pela
certificação das entidades beneficentes que atuam na área de educação
superior e básica.
A medida visa a ampliar o processo de avaliação do ensino superior, a
partir de critérios que incluam, por exemplo, resultados no Exame
Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e o atendimento à exigência
do MEC de um número mínimo de mestres e doutores em universidades e
centros universitários. O novo instituto ainda terá atribuição de
aprovar previamente aquisições, fusões e cisões entre universidades.
O novo instituto poderá autorizar e renovar o reconhecimento de
cursos de graduação e sequenciais. O Insaes vai poder decretar
intervenção em instituições de educação superior. Como sanção aos
infratores da lei, o instituto poderá desativar cursos, reduzir o número
de vagas, suspender a autonomia ou descredenciar instituições, dar
advertência ou multas de R$ 5 mil a R$ 500 mil.
Segundo o secretário de Regulação e Supervisão de Educação Superior
do MEC (Seres), Jorge Messias, a multa não terá caráter arrecadativo,
mas funcionará como punição às entidades de ensino com má qualidade.
“Essa penalidade é compatível com o sistema financeiro que temos hoje em
favor da qualidade no ensino superior”, disse Messias.
O instituto, segundo a nova lei, será composto com o atual quadro de
servidores da Seres e prevê a criação de 350 cargos de especialista em
avaliação e supervisão da educação superior, 150 de analista
administrativo e 50 de técnico administrativo.
A criação de cargos, no entanto, é questionada pela Associação
Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior. Para o diretor da
entidade, Sólon Hormidas Caldas, o MEC está interessado na criação de
uma fonte de empregos e “a criação de um órgão novo não vai agregar
nenhum valor para a melhoria da qualidade da educação superior
brasileira”.
O instituto assumirá uma tarefa que atualmente é do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de
renovação e reconhecimento de cursos de graduação. Entretanto, o Enade,
um dos instrumento do MEC para avaliar a qualidade dos cursos e
instituições de ensino superior públicas e particulares de todo o país,
continuará sob a responsabilidade do Inep.
Para a coordenadora-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Estabelecimentos de Ensino, Madalena Guasco, defensora do projeto,
“é urgente que o MEC fortaleça seu papel de supervisionar, fiscalizar e
criar condições para os ciclos avaliativos da educação superior”.
O projeto, que tramita em caráter conclusivo e em regime de
prioridade, ainda será analisado pelas comissões de Trabalho, de
Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de
Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.
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