da Agência Brasil
Brasília - Com o anúncio feito ontem (30) pelo governo federal de vincular integralmente os recursos dos royalties
do petróleo de futuros contratos à educação, a sociedade civil já
começa a se mobilizar para garantir a destinação desses recursos para
educação pública.
“Vamos analisar o texto da medida provisória, esse é o primeiro passo. Não adianta colocar no contexto dos royalties
a destinação para educação. Tem que especificar que essa destinação é
para educação pública. A gente não pode financiar a ineficiência do
setor privado na educação”, argumentou Daniel Cara, coordenador-geral da
Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Com o veto da presidenta Dilma Rousseff ao artigo do projeto de lei que propunha mudança na distribuição dos royalties
do petróleo de campos já em exploração, os estados e municípios
produtores continuarão recebendo os mesmos percentuais dos contratos no
regime de concessão já firmados. Em medida provisória (MP), o governo
vai regulamentar os contratos já estabelecidos e futuros, além de
garantir a distribuição das riquezas do petróleo e o fortalecimento da
educação brasileira.
A educação também vai receber 50% dos rendimentos do Fundo Social. A
reserva é uma poupança pública com base em receitas da União. O Fundo
Social, criado em 2010, prevê investimentos em programas e projetos de
educação, cultura, esporte, saúde e de combate à pobreza, entre outros.
De acordo com Daniel Cara, o dinheiro oriundo dos royalties
ainda vai demorar para chegar nas escolas públicas brasileiras, mas
garantirá a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê
o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a área.
Os recursos vão possibilitar ainda a implementação do Custo
Aluno-Qualidade inicial (CAQi), também previstos pelo PNE, que garante
um padrão mínimo de qualidade na educação pública. O indicador aponta o
quanto deveria ser investido por aluno em cada etapa e modalidade da
educação básica para que o país ofereça uma boa qualidade de ensino.
“O CAQi é calculado com base em insumos como remuneração adequada do
professor, política de carreira, formação continuada, número de alunos
por turma e infraestrutura pedagógica”, explicou Daniel Cara. Segundo o
PNE, o CAQi deve ser implementado no prazo de até dois anos após a
aprovação do plano pelo Congresso Nacional.
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