terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Sem-terra interditam BR-304

Os sem-terra do acampamento Santa Júlia interditaram, na manhã de ontem, a BR-304, próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na saída para Fortaleza. Os manifestantes cobravam do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) uma solução para os problemas enfrentados pela comunidade que está acampada às margens da BR-304.
A interdição da BR-304 foi realizada com galhos e pneus, o que impediu a passagem de veículos na rodovia. Os sem-terra também atearam fogo em galhos secos para chamar a atenção da sociedade e as autoridades competentes para a situação em que eles vivem.
O protesto dos acampados causou uma série de transtornos aos motoristas que trafegavam pelo local. Com a rodovia interditada, um congestionamento formou-se na BR-304, tanto no sentido Mossoró-Tibau, como no sentido oposto.
O tráfego de veículos só foi liberado pelos manifestantes depois que patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal estiveram no local e se entenderam com o líder da manifestação.
O acampamento Santa Júlia têm 154 famílias que há anos esperam para ser assentadas. 
Incra informa que fazenda Santa Júlia não pode ser desapropriadaSegundo Valmir Alves, superintendente do Incra no Rio Grande do Norte, entre as reivindicações dos manifestantes estava a vistoria do imóvel, a fazenda Santa Júlia, em que eles estão acampados.
"Foi realizada uma vistoria, e o Incra levantou que o quantitativo de hectares do imóvel está abaixo do necessário para desapropriação. Ele tem 982 hectares, enquanto que para a desapropriação em Mossoró, o imóvel deve ter, no mínimo, 1.050 hectares", explica o superintendente.
"Já explicamos para eles sobre a impossibilidade de desapropriação daquele imóvel. O que se pode fazer é buscar outras áreas para novas vistorias e possíveis desapropriações. Outra alternativa é buscar vagas em outros assentamentos", diz Valmir Alves.
Ainda de acordo com o superintendente, os manifestantes também reivindicavam a distribuição de cestas básicas. "Essa reivindicação depende da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e já soubemos que os alimentos já estavam chegando no órgão e, no decorrer desta semana, os acampados devem estar recebendo as cestas", afirma.
 

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