Segundo o próprio Poliano, em depoimento à polícia, não existia razões para o ato monstruoso que cometeu. O simples desejo sexual pela criança e a vontade de se vingar da mãe e a irmã da menina, pelo fato de um relacionamento amoroso com as duas, teria sido instigante na realização do homicídio.
"Poliano é uma pessoa que não teve nenhuma razão para cometer o crime com requinte de crueldade e frieza. Ele matou a menina porque é uma pessoa com distúrbio na personalidade, colocando para fora um desejo que mais dia menos dia iria acontecer", destacou o bacharel Clayton Pinho, titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Mossoró.
Para o delegado, há diferença no tipo de crime cometido por Poliano Cantareli do que um homicídio convencional. O desejo sexual por criança em formação, como foi constatado nas investigações, através de fotos, vídeos e materiais que foram encontrados na casa do acusado, reflete uma personalidade doentia. "Em mais de 20 anos de polícia, não entendo como comum ou normal uma pessoa que tem desejos sexuais por meninas ou meninos em formação corporal. E o vasto material que encontramos na casa dele comprova isso", explicou.
Crimes hediondos e premeditadamente já foram registrados diversos deles em Mossoró anteriormente, como é o caso da morte do empresário Idelgardo Ferreira, o "Toinho da Casa do Construtor", executado a tiros no 23 de maio de 2010, no sítio de sua propriedade, localizado na comunidade de Pitombeira, zona rural de Governador Dix-sept Rosado.
Na ocasião, dois elementos em uma motocicleta chegaram ao local perguntando pelo nome da vítima, quando "Toinho da Casa do Construtor" se identificou foi assassinado a tiros de pistola.
Em novembro do ano passado, a juíza Ana Cláudia Secundo da Luz condenou Flávia Ferreira Freire e Francisco Ladenilton da Silva a 14 e 13 anos de reclusão em regime fechado pelo assassinato. O casal foi considerado culpado pelo assassinato do empresário "Toinho da Casa do Construtor", que era pai e sogro dos autores intelectuais do crime.
O delegado Denys Carvalho da Ponte, que investigou o caso, considera o casal tão perigoso quanto Poliano Cantareli, só que em circunstâncias diferentes. "A premeditação do crime, motivado por questões financeiras, tem a mesma frieza e crueldade de um crime brutal como foi o da menina Cintia Lívia. O crime é considerado hediondo do mesmo jeito", destacou o delegado.
Anteriormente a polícia local já havia registrado o assassinato da dona de casa Maria Marineide Lopes Cavalcante, morta em circunstâncias misteriosas em março de 2000. O homicídio foi premeditado pelo esposo da vítima, o comerciante Jean Carlos Solano Cavalcante, que matou a companheira, forjou um acidente, no intuito de receber um seguro em nome da vítima, que o beneficiaria.
Segundo o investigador Mário Zan, que desvendou o crime, a premeditação da morte da mulher levou Jean Carlos a cometer mais dois outros homicídios. "Ele estava eliminando todos os comparsas que o ajudaram a forjar a morte da mulher. Se o crime não tivesse sido desvendado, com certeza mataria os quatro elementos que faziam parte de sua quadrilha", destacou o investigador.
"O instinto de matar pode ser desenvolvido em qualquer pessoa, porém uns tem maiores facilidade para aflorar e em muitos casos se tornam serial kiler (matador em série), tá no gosto de matar dos psicopata", disse o psicólogo João Valério.
de O mossoroense
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