A família Alves, que comanda o PMDB potiguar através das lideranças do
deputado federal Henrique Alves e do ministro da Previdência Social,
Garibaldi Filho, está em rota de colisão com a governadora Rosalba
Ciarlini (DEM).
A informação contrasta as manifestações da dupla que
veio a Mossoró no final de semana participar da campanha da vereadora
Cláudia Regina (DEM), que disputa a Prefeitura.
Nos bastidores a
situação é completamente inversa. Por várias semanas, Garibaldi relutou
em vir a Mossoró. A governadora Rosalba Ciarlini precisou ir a Brasília
conversar com o ministro que expôs as mágoas dele. Conforme vazou para a
imprensa natalense, Garibaldi chegou a dizer que só não romperia com
ela porque não queria brigar com Henrique, que é contra uma atitude
dessas em plena campanha eleitoral.
Os motivos para a insatisfação
são vários. As secretarias ocupadas pelo PMDB estão esvaziadas. Um
exemplo: o Programa do Leite saiu da Secretaria Estadual de Trabalho, da
Habitação e Ação Social comandada pelo peemedebista Luís Eduardo
Carneiro, homem de confiança de Garibaldi. Outro fato que magoou
Garibaldi foi o descumprimento do acordo que levaria o filho dele, o
deputado estadual Walter Alves, ao comando da Assembleia Legislativa.
Na
outra ponta das insatisfações do PMDB está o deputado federal Henrique
Alves. Ele foi uma das vozes a sair em defesa do deputado estadual
Ezequiel Ferreira de Sousa, que foi destituído da presidência estadual
do PTB. Por conta disso, foi alvo de censura de parte do secretário
estadual de Agricultura, Betinho Rosado, cunhado de Rosalba. O
secretário lembrou que Henrique já cometeu atos semelhantes ao de Benito
Gama nos diretórios municipais.
Em entrevista ao jornal O Poti,
Henrique Alves criticou a articulação política do governo Rosalba. "O
governo tem enfrentado grandes dificuldades herdadas do governo passado,
conforme ela revela. Mas já está em tempo de mostrar realizações que
ela espera efetivar no segundo semestre. Apesar das dificuldades, acho
que falta uma melhor coordenação política ao governo, que faça uma
edificação melhor de sua base, inclusive com mais entendimento onde nós
possamos ajudar. O PMDB está disposto a isso", disparou.
Na mesma
entrevista, Henrique afirmou que o conselho político do qual ele fazia
parte foi dissolvido por "inanição". "Se formou com essa intenção,
discutir e propor soluções. Houve duas ou três reuniões iniciais e não
mais foi chamado. Era uma boa intenção, mas eu lamento. Acho que era um
caminho sério. Tínhamos dois ex-governadores experientes, Agripino e
Garibaldi, entre outros. O conselho se dissolveu na prática no momento
em que se forma e não se reúne de forma ordenada. Se dissolveu por
inanição. Não deram a ele a devida importância e a sua proposta",
analisou.
de O mossoroense
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