quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Governo trata trabalhadores terceirizados com indiferença

Não é surpresa para ninguém que o governo do estado trata os trabalhadores terceirizados com dois pesos e duas medidas. “Úteis em determinados momentos e tratados com indiferença em outros” denuncia a professora Sandra Accioly.
Ela enviou um email à secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho, tratado de dois aspectos: a questão salarial e a desorganização da vida profissional desses trabalhadores com a convocação dos concursados.
De acordo com a coordenadora geral Fátima Cardoso, a insatisfação dessa trabalhadora reflete a situação de outros profissionais nesta mesma situação.
Segue o email na íntegra:
Excelentíssima Senhora Secretária Doutora Betânia Ramalho,
Estive na Secretaria de Educação tentando marcar uma audiência com Sua Excelência sobre um assunto que angustia a categoria há algum tempo, mas infelizmente não foi possível o contato pessoalmente, porém a secretária do gabinete me recomendou que escrevesse um email, me garantindo que chegaria em suas mãos, obtendo uma resposta.
Sou professora de Língua Portuguesa, com carga horária de 60 horas, divididas entre o Quadro de Servidores e o Processo Seletivo realizado em 2011. A nossa dúvida gira em torno da questão salarial. Gostaríamos de entender por que o salário dos professores temporários é bastante inferior ao dos efetivos. Ora, quando prestamos o concurso, para sermos selecionados, exigiram diploma de nível superior, no entanto essa exigência não acompanha o salário, pois não está compatível com o piso vigente.
Lembro-me que, em uma das entrevistas na INTERTV, a senhora afirmara que também estava pagando o piso para os professores seletistas, ledo engano. Acreditamos que houve um equivoco no discurso da Senhora Secretária, não informando à população o que realmente está sendo pago para nós, educadores admitidos pelo processo de seleção.
Outra situação que nos incomoda é com relação ao tratamento que está sendo dado aos professores temporários. Somos professores tanto quanto os que estão sendo chamados pelo concurso e também fizemos um concurso para podermos estar ministrando aulas. A diferença é que somos temporários e os demais são efetivos. O problema é que estão nos mandando sair da onde estamos, desde o início do ano letivo, para que os concursados assumam a nossa carga horária, desorganizando, assim, a nossa vida profissional e interferindo, em parte, no aprendizado dos alunos, uma vez que já estão acostumados com o professor. Para nós, isso é uma falta de respeito e de consideração para com o profiss ional da educação, que até então, enquanto não tinha ninguém para assumir as turmas éramos de grande valia e agora somos tratados como lixo. Então, se é dessa forma, fica o questionamento: por que renovaram o nosso contrato? Será que os professores concursados não deveriam está assumindo as cargas horárias ociosas e não as que pertencem ao professor temporário, que ainda está cumprindo o término do contrato?
Na certeza de que Sua Excelência regularizará a nossa pendência salarial, no mais breve espaço de tempo possível, já que existe um piso a ser cumprido para a nossa categoria, como também a situação dos professores temporários, ficaremos no aguardo da solicitação em apreço.

Atenciosamente
Professora Sandra Accioly

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