da Agência Brasil
Brasília – Os agressores poderão ter de ressarcir os cofres públicos
os benefícios, como auxílio-doença, pensão por morte ou por invalidez,
pagos a mulheres vítimas de violência doméstica seguradas pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS). As primeiras ações regressivas
(cobrança do agente causador o valor pago por algum tipo de indenização)
foram ajuizadas hoje (7) pelo instituto, por meio da Advocacia-Geral da
União (AGU). O INSS não tem dados sobre o quanto é gasto com esses
benefícios.
Duas das ações ajuizadas são de moradoras no Distrito Federal,
unidade da federação que registrou o maior número de denúncias de
agressões no primeiro semestre de 2012. Elas foram feitas por meio do Disque 180, Central de Atendimento à Mulher da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).
Um dos benefícios chega a R$ 156 mil, que será concedido até 2030. O
valor das ações regressivas será pago pelos agressores, segundo
determinação e trâmite judiciais.
De acordo com o presidente do INSS, Mauro Hauschild, o objetivo das
ações é, além de ressarcir o gasto feito pelo Estado, desestimular esse
tipo de agressão. “O efeito mais importante, mais do que a reparação, é a
prevenção. As pessoas começarem a avaliar que estão sofrendo outra ação
também [além da penal]”, disse Hauschild à Agência Brasil.
“Vai ser devolvido aos cofres o que o Estado gasta com a violência
[contra a mulher], mostrando que o ato de agressão não deve ser impune
na esfera penal, mas também em outras. Se podemos lamentar o que ocorre
na penal, podemos buscar reparação em outras”, ressaltou o
vice-advogado-geral da União, Fernando Albuquerque.
Atualmente, alguns casos são levados ao INSS para ressarcimento por
meio da articulação entre órgãos do Judiciário. O objetivo, de agora em
diante, é fazer que, no ato da concessão do benefício, conste que foi
resultante de ato de agressão, o que facilitará a identificação dos
casos passíveis de ressarcimento. A partir de setembro deste ano,
funcionários e médicos peritos das agências da Previdência Social (APSs)
serão capacitados para identificar com mais facilidade mulheres vítimas
de agressão.
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