Mobilização seguiu em direção ao Hospital Walfredo Gurgel
O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN) promoveu na
manhã deste sábado (26) mais um ato de manifesto contra a precariedade
na saúde pública do Estado. A Marcha Fio de Aço foi também uma resposta
ao governo que denunciou o médico Jeancarlo Cavalcanti, ao Conselho
Federal de Medicina, após ele divulgar vídeo de um paciente no Hospital
Walfredo Gurgel, no momento de uma cirurgia em que faltava fio de aço
para fechar a fissura de uma vítima de facada.
“É sim uma resposta ao governo, porque quando aguardávamos soluções, o
governo resolveu levar o problema da saúde para o lado pessoal, quis
criminalizar um profissional e nossa categoria está nas ruas para
alertar a população do caos que passa a saúde pública do Rio Grande do
Norte”, disse o presidente do Sinmed/RN, Geraldo Ferreira.
Centenas de médicos se reuniram em frente à Associação Médica, na
Avenida Hermes da Fonseca, no bairro do Tirol, e de lá seguiram em
direção ao Hospital Walfredo Gurgel. Com um caixão os médicos
simbolizaram a morte da saúde pública do Rio Grande do Norte. A
mobilização contou com o apoio do Conselho Regional de Medicina e
lideranças políticas que estavam presentes.
O médico que postou o vídeo, Jeancarlo Cavalcanti, que é presidente do
CRM esteve presente e explicou por que publicou o vídeo do paciente.
“Ali é apenas a ponta do iceberg, a saúde do Rio Grande do Norte está
um caos. Nós já havíamos denunciado na Justiça Estadual e nada tinha
sido feito, era preciso alertar a sociedade. Não temos condições de
trabalhar sem o básico”, relatou.
A greve dos médicos já dura nove meses e segundo Geraldo Ferreira não
tem previsão para acabar. “Lutamos por melhores condições de trabalho,
por um piso digno e pela carreira médica, mas o governo fecha os olhos
para essa questão. A greve continua e vamos continuar fazendo
mobilizações como essa para mostrar à sociedade a realidade da saúde no
Estado”, finalizou.
do jornal de fato
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