domingo, 13 de janeiro de 2013

Rosalba Ciarlini tenta reverter quadro de desgaste com mudanças na comunicação

Uma das áreas mais criticadas do governo Rosalba Ciarlini (DEM) sempre foi a comunicação. Para os aliados a dificuldade em explicar as medidas impopulares colaboraram para que a chefe do Executivo estadual mergulhasse numa das maiores impopularidades já vistas no Estado.

Diante do quadro negativo sobrou para o jornalista Alexandre Mulatinho, exonerado esta semana. Ele foi deslocado para a vice-presidência da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur). Quem também deixou o governo foi a secretária adjunta Aglair Abreu, mas no caso dela a versão predominante é de que foi uma decisão pessoal.
Para os lugares de Mulatinho e Aglair chegam o jornalista Paulo Araújo e a antropóloga e publicitária pernambucana Valéria da Costa e Silva.
A governadora vê nas mudanças uma oportunidade de melhorar a relação com os veículos de comunicação do Estado que não foi boa na primeira metade do governo.
No entanto, é preciso lembrar que a má avaliação da atual gestão não se deve à falta de propaganda. O governo desde o começo gastou bastante no setor. Basta comparar os orçamentos da publicidade com o investimento na saúde. O primeiro setor movimentou R$ 16.851.590,51 enquanto que o segundo R$ 11.076.834,92. A discrepância foi alvo de críticas dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Apesar disso, a governadora conta com um novo estilo de comunicação para marcar a virada administrativa que ela prometeu para 1º de janeiro.
No entanto, a atitude mais uma vez provoca comparações com a ex-prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV). Ao longo da gestão, que chegou a ter 92% de desaprovação na capital, ela anunciou várias "viradas".
Para completar, a governadora foi buscar a reconstrução de sua imagem num ex-auxiliar de Micarla. Paulo Araújo foi secretário adjunto de comunicação da ex-prefeita. Ele também comandou a TV Ponta Negra (emissora de Micarla). No entanto, o currículo dele é mais amplo: também foi repórter da Veja, dirigiu a Sim TV e comandou a assessoria de imprensa da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina, nas eleições do ano passado.
Governo luta para mudar imagem e manter PMDB entre os aliadosO novo secretário de comunicação tem pouco tempo para melhorar a imagem do governo. A primeira meta é diminuir o desgaste até março.
Este mês é o marco temporal anunciado pelo ministro da Previdência, Garibaldi Filho, para o PMDB decidir se segue ou não aliado da governadora.
A crise com o PMDB é provocada por duas vertentes: a falta de diálogo e espaços no governo e o temor de associar-se ao desgaste de Rosalba. Sobre esse segundo aspecto o partido vê no horizonte a oportunidade de voltar a administrar o Rio Grande do Norte. O ministro Garibaldi tem descartado ser candidato. O deputado federal Henrique Alves poderá disputar o Senado. É seu único interesse na chapa majoritária. O nome do PMDB seria Walter Alves, filho de Garibaldi.
A governadora quer retomar a popularidade para criar um clima de otimismo em relação ao governo e intimidar o desejo de rompimento demonstrado pelo PMDB nas últimas entrevistas de seus líderes.

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