Uma das áreas mais criticadas do governo Rosalba Ciarlini (DEM) sempre
foi a comunicação. Para os aliados a dificuldade em explicar as medidas
impopulares colaboraram para que a chefe do Executivo estadual
mergulhasse numa das maiores impopularidades já vistas no Estado.
Diante do quadro negativo sobrou para o jornalista Alexandre
Mulatinho, exonerado esta semana. Ele foi deslocado para a
vice-presidência da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur).
Quem também deixou o governo foi a secretária adjunta Aglair Abreu, mas
no caso dela a versão predominante é de que foi uma decisão pessoal.
Para
os lugares de Mulatinho e Aglair chegam o jornalista Paulo Araújo e a
antropóloga e publicitária pernambucana Valéria da Costa e Silva.
A
governadora vê nas mudanças uma oportunidade de melhorar a relação com
os veículos de comunicação do Estado que não foi boa na primeira metade
do governo.
No entanto, é preciso lembrar que a má avaliação da atual
gestão não se deve à falta de propaganda. O governo desde o começo
gastou bastante no setor. Basta comparar os orçamentos da publicidade
com o investimento na saúde. O primeiro setor movimentou R$
16.851.590,51 enquanto que o segundo R$ 11.076.834,92. A discrepância
foi alvo de críticas dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado
(TCE).
Apesar disso, a governadora conta com um novo estilo de
comunicação para marcar a virada administrativa que ela prometeu para 1º
de janeiro.
No entanto, a atitude mais uma vez provoca comparações
com a ex-prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV). Ao longo da gestão,
que chegou a ter 92% de desaprovação na capital, ela anunciou várias
"viradas".
Para completar, a governadora foi buscar a reconstrução de
sua imagem num ex-auxiliar de Micarla. Paulo Araújo foi secretário
adjunto de comunicação da ex-prefeita. Ele também comandou a TV Ponta
Negra (emissora de Micarla). No entanto, o currículo dele é mais amplo:
também foi repórter da Veja, dirigiu a Sim TV e comandou a assessoria de
imprensa da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina, nas eleições do ano
passado.
Governo luta para mudar imagem e manter PMDB entre os aliadosO
novo secretário de comunicação tem pouco tempo para melhorar a imagem
do governo. A primeira meta é diminuir o desgaste até março.
Este mês
é o marco temporal anunciado pelo ministro da Previdência, Garibaldi
Filho, para o PMDB decidir se segue ou não aliado da governadora.
A
crise com o PMDB é provocada por duas vertentes: a falta de diálogo e
espaços no governo e o temor de associar-se ao desgaste de Rosalba.
Sobre esse segundo aspecto o partido vê no horizonte a oportunidade de
voltar a administrar o Rio Grande do Norte. O ministro Garibaldi tem
descartado ser candidato. O deputado federal Henrique Alves poderá
disputar o Senado. É seu único interesse na chapa majoritária. O nome do
PMDB seria Walter Alves, filho de Garibaldi.
A governadora quer
retomar a popularidade para criar um clima de otimismo em relação ao
governo e intimidar o desejo de rompimento demonstrado pelo PMDB nas
últimas entrevistas de seus líderes.
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