Em janeiro de 2011, no alvorecer do governo RosalbaCiarlini, a
administração do DEM começou bem no quesito polêmica. Atendeu aos
anseios da sociedade e pôs fim a inspeção veicular.
Pouco tempo
depois estourou a "Operação Sinal Fechado", que investigou uma suposta
quadrilha que projetava desviar R$ 1 bilhão em recursos públicos através
da inspeção veicular, que até hoje nunca foi aplicada no Estado.
Dali
em diante o governo sempre escolheu o desgaste nas situações polêmicas.
São polêmicas com servidores, aliados políticos e nas relações
institucionais.
O primeiro alvo foram os servidores públicos. Foram
muitas greves no primeiro ano de gestão. Aos poucos as greves foram se
acabando com acordos ocorridos muito mais porque os servidores foram
vencidos pelo cansaço. Ficou o ranço entre os servidores.
O maior deles reside na classe médica. Por ironia são os colegas da governadora RosalbaCiarlini.
São
eles quem provocam os maiores constrangimentos do governo através de
denúncias na Rede Globo de Televisão. São matérias semanais em programas
jornalísticos como Fantástico, Jornal Hoje, Bom Dia Brasil e Jornal
Nacional.
A mais polêmica de todas foi do médico Jeancarlo
Cavalcanti, ele filmou uma cirurgia em que precisou usar fio náilon para
suturar o paciente para denunciar a falta de fios de aço no Hospital
Walfredo Gurgel.
O governo Rosalba já teve problemas sérios com
professores da rede estadual de ensino e da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (Uern). Categorias das áreas de trânsito e cultura
também estão insatisfeitas com a demora na aplicação dos planos de
cargos, carreiras e salários.
Até mesmo quem nem é servidor público
estadual reclama da governadora. É comum por onde ela passa haver
manifestações de aprovados em concursos. São aspirantes a funcionários
do Detran, da saúde, agentes penitenciários e policiais.
As reclamações do funcionalismo são de que administração estadual é autoritária, centralizadora e pouco afeita ao diálogo.
COMUNICAÇÃO
A avaliação do governo é de que Rosalba tem perdido a
guerra da comunicação. Ela fez profundas mudanças na equipe na
expectativa de mudar o quadro. Para isso foi escalado o experiente
jornalista Paulo Araújo que acumula passagens por veículos como a
revista Veja e trabalhou no primeiro escalão de Micarla de Sousa (PV)
quando era prefeita de Natal.
Governadora tem relação difícil com políticos aliados
O eleitor potiguar entregou a Rosalba Ciarlini uma Assembleia
Legislativa dividida. Foram eleitos 12 parlamentares pela oposição e
outros 12 pela situação. Como é comum, a governadora logo formou a
maioria constitucional de dois terços atraindo a ala do PMDB que apoiou
Iberê Ferreira (PSB) em 2010.
No entanto, a governadora arrumou uma
confusão com o vice-governador Robinson Faria. Os motivos: a governadora
não gostou do ritmo imprimido por ele no comando da Secretaria Estadual
de Recursos Hídricos e Meio Ambiente e o fato de ele ter assumido o
comando do recém-fundado PSD, partido criado para acomodar filiados ao
DEM que gostariam de se aproximar do Palácio do Planalto, um desejo
antigo da governadora.
Com a confusão, Rosalba perdeu o apoio dos deputados Gesane Marinho e José Dias que foram para o PSD.
Ao
longo de 2012 foram intensas as reclamações da base aliada. No PR, o
deputado George Soares reclamou da falta de diálogo. No PMDB, Walter
Alves fez duras críticas ao modelo centralizador do governo. Ele também
recebeu o endosso dos correligionários Nélter Queiroz e Gustavo
Fernandes.
Até o ministro Garibaldi Filho, principal fiador político
das vitórias de Rosalba para o Senado (2006) e Governo (2010),
mostrou-se insatisfeito com o tratamento recebido pelo PMDB. Ele marcou o
rompimento para março deste ano. A governadora luta para reverter o
quadro.
Uma das maiores insatisfações do PMDB é com relação a falta
de espaços na administração. Também se reclama que os auxiliares
indicados pelo partido não têm autonomia para trabalhar.
Governo está em crise institucional desde o primeiro ano
O governo Rosalba Ciarlini também tem sido marcado pelas dificuldades
institucionais. São muitos problemas com os poderes Judiciário e
Legislativo, Ministério Público e Tribunal de Contas.
Com o
Judiciário, os problemas começaram a partir de um empréstimo que este
poder fez no governo anterior para ajudar a quitar a folha de pagamento
no apagar das luzes do governo Iberê. No meio do ano, a cobrança chegou.
O Executivo optou por parcelar o pagamento em sete vezes. Isso
desagradou o Tribunal de Justiça.
No ano passado, a crise foi
intensificada depois que a governadora não acatou o Orçamento para 2013
solicitado pelo Judiciário. A solução dos magistrados foi apelar para o
Legislativo, que aprovou emendas coletivas garantindo os recursos, mas a
governadora vetou.
O mesmo comportamento se repetiu com a Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas e Ministério Público.
O governo alega duas questões para os vetos: a primeira de ordem
financeira pela necessidade de se economizar R$ 70 milhões; a segunda
porque tratam-se de matérias inconstitucionais.
Mas nos bastidores
dos poderes e órgãos autônomos a interpretação é que foi uma decisão
política. Daí o clima de insatisfação e crise institucional.
d O mossoroense
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