Enquanto segue sem perspectiva de solução o impasse em torno da greve
na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), os segmentos
acadêmicos continuam realizando atos públicos. Ontem à tarde, servidores
e estudantes promoveram mobilizações denominadas "buzinaço" e
"adesivaço" no semáforo da praça Rodolfo Fernandes, conhecida como Praça
do Pax.
Participaram professores, técnicos-administrativos e alunos, pedindo aos motoristas
colagem de adesivo "#emdefesadaUERN" nos carros e, em seguida, buzinas
em sinal de aprovação ao movimento me prol da Universidade. Objetivo era
chamar atenção para o atual estágio da Uern e mostrar à sociedade os
reais motivos da paralisação.
A greve da Uern começou no último dia 3
de maio e completa 54 dias. Os servidores paralisaram as aulas em
protesto ao descumprimento de acordo firmado com o Governo do Estado em
2011. Lembram que, para encerrar a greve do ano passado, que durou 106
dias, aceitaram parcelar o reajuste de 27% em três anos, sendo a
primeira parcela em abril.
Como o governo não pagou nem deu previsão
sobre o reajuste de 10,65% acordado para este ano, professores e
técnicos deflagraram a greve. O Executivo alega impedimentos da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) para fazer o pagamento e, com esse
argumento, pediu à Justiça a ilegalidade da greve e o retorno imediato
das aulas.
Porém, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte
(TJ/RN) não aceitou o pedido, decidindo que a greve é legal em caráter,
no último dia 30 de maio. Uma semana depois, os desembargadores negaram
recurso do Governo do Estado e mantiveram a legalidade, amparando
judicialmente os servidores a continuarem a paralisação.
MOBILIZAÇÃO
O próximo compromisso do cronograma de greve será o "Encontro com Autoridades", amanhã, às 9h, na sede da Associação
dos Docentes da Uern (Aduern), às 9h. A intenção é reunir entidades
representativas da sociedade civil organizada para debater a situação da
Uern e reforçar alternativas para o fortalecimento da Universidade.
São convidados representantes das escolas
públicas e particulares de Mossoró, Câmara Municipal, Prefeitura,
Ministério Público, Tribunal de Justiça, Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), 12ª Diretoria Regional de Educação (Dired), igrejas Católica e
Evangélica, Maçonaria, Sociedade Espírita de Mossoró, Central Única dos
Trabalhadores (CUT).
Também Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil (CTB), Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas),
Intersindical, Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do
Ensino Superior (Sintest-RN), Associação
dos Docentes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Adufersa),
Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica,
Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
Foram convidados ainda Câmara
de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial e Industrial de
Mossoró (Acim), clubes Rotary e Lions, Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (Senac), Serviço Social do Comércio (Sesc), Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Social da
Indústria (Sesi).
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