Em entrevista ao programa RNTV primeira edição, da InterTV Cabugi
(afiliada Rede Globo no Rio Grande do Norte), ontem, a secretária
estadual de Educação, Betânia Ramalho, disse esperar até amanhã
desfecho judicial sobre a greve na Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (Uern), que completou um mês sábado (3).
A expectativa é
quanto ao recurso do Governo do Estado à decisão de caráter liminar do
Tribunal de Justiça do Estado, considerando legal a paralisação. O
Executivo busca conseguir na Justiça a ilegalidade do movimento. Betânia
Ramalho entende que a posição judicial determinará os rumos da greve e a
postura das partes envolvidas.
"A greve está judicializada. Houve um
ganho de causa para os professores. O Estado recorreu, certamente até
amanhã sairá um resultado e, a partir daí, acredito que sentaremos
novamente para uma negociação", disse a secretária. Para ela, decisão
favorável ao Estado levará ao fim da greve para posterior reajuste
salarial.
Professores e técnicos-administrativos da Uern estão em
greve em protesto ao descumprimento de acordo, firmado em setembro de
2011 para fim da paralisação de 106 dias do ano passado, que previa
reajuste de 10,65% em abril deste ano. O impasse é que o Governo alega
não ter previsão de quando honrará o compromisso, e os servidores querem
uma data.
O Executivo justifica o adiamento do reajuste ao limite de
gasto com pessoal determinado na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),
assegurando que pagará quando o Estado sair dessa situação. Os
servidores, por sua vez, argumentam que essa condição não está prevista
no acordo, e só aceitam terminar greve mediante garantia real do
pagamento.
MOBILIZAÇÃOVIRTUALOntem pela manhã, a Uern
voltou a ser um dos temas mais comentados na rede de microblogs Twitter.
A palavra-chave (hashtag) #emdefesadaUERN chegou aos tópicos de maior
repercussão em menos de vinte minutos após o início do "twitaço", no
qual vários internautas comentam o tema simultaneamente.
O movimento
foi organizado pelo Comando de Greve Unificado, formado pela Associação
dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(Aduern), Sindicato dos Técnicos-Administrativos da Uern (Sintauern) e
Diretório Central dos Estudantes (DCE) com objetivo de tornar públicas
as reivindicações da comunidade acadêmica.
E não é a primeira vez que
o tema #emdefesadaUERN se torna um dos assuntos mais comentados no
Twitter no Brasil. O mesmo aconteceu na greve de 2011, quando o assunto
foi para o Trend Topics (TTs) - mais comentados - no âmbito nacional,
mostrando para todo o Brasil a opinião de estudantes, professores e
outras categorias sobre a situação da Uern.
O movimento no Twitter
faz parte da série de mobilizações que o Comando de Greve Unificado está
realizando esta semana. Amanhã, às 9h, haverá ato público em Caicó.
Sábado, 9, os servidores farão protesto no "Pingo da Mei Dia", no
Corredor Cultural da avenida Rio Branco, por ocasião da abertura
do Mossoró Cidade Junina.
Em cortejo, servidores e estudantes
percorrerão as ruas componentes do trajeto da festa, denunciando à
sociedade o estágio da Universidade e cobrando do Governo do Estado
providências para o fim da greve. Objetivo é justificar publicamente o
motivo da paralisação, a fim de se entenda o sacrifício da greve em prol
do fortalecimento da Uern.
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