A Associação dos Docentes da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte (Aduern) encaminhou ofício ao Governo
do Estado, anteontem, solicitando audiência para discutir meios para
encerramento da greve geral na instituição, iniciada dia 3 de maio. O
presidente do Sindicato, Flaubert Torquato, disse que até ontem não
havia retorno.
O professor explica que o pedido de audiência é uma
forma de retomar o diálogo com a administração estadual, encerrado desde
que o Executivo pediu a ilegalidade da greve no Judiciário, mas o
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte decidiu pela legalidade em
caráter liminar, e o Governo recorreu para tentar reverter a decisão.
"Queremos
saber se existe disposição do Governo em dialogar, mesmo com a greve
'judicializada'. Não sabemos quando sairá a decisão judicial sobre o
recurso do Governo, enquanto isso queremos dialogar para ganhar tempo",
diz Flaubert Torquato, reiterando que a greve pode encerrar a qualquer
momento, e que essa decisão depende do Governo.
Segundo ele, basta o
Executivo cumprir o que acordou com professores e
técnicos-administrativos em setembro de 2011, como condição para acabar
os 106 dias de greve do ano passado. Na ocasião, os servidores aceitaram
parcelar o reajuste de 22% em três anos: 10,65% em abril deste ano;
7,43% em 2013; e 7,43% em 2014.
E foi exatamente o não-pagamento dos
10,65% no mês passado que motivou a nova greve, sete meses depois do
término da anterior. Os servidores querem, no mínimo, previsão de quando
será pago, já que o Governo até reconhece o reajuste, mas diz que só
poderá pagar quando o Estado sair do limite prudencial da Lei de
Responsabilidade Fiscal, sem previsão.
Ainda sobre o pedido de
audiência com o Governo, o presidente da Aduern argumenta que, mesmo os
servidores tendo amparo legal para continuar a greve, não há interesse
da categoria de mantê-la por tempo indeterminado, porque, segundo eles,
todos têm responsabilidade com a Universidade e defendem o melhor para a
instituição.
"Queremos o movimento encerrado, mas precisamos saber
se há disposição do Governo de dialogar. Queremos voltar à mesa de
negociação e ver mais uma vez o que pode ser feito para acabar com a
paralisação", afirma o professor, frisando que o ofício ratifica o
compromisso dos professores e técnicos de continuar dialogando.
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