terça-feira, 12 de junho de 2012

Imprensa diz que Ensino Médio está na UTI

A última edição de O Poti trouxe uma avaliação importante sobre o ensino médio do Rio Grande do Norte. Na matéria, o repórter Francisco Francerle ressalta a falta de estímulo que os jovens têm para completar o ensino médio e aponta índices assustadores. Segundo o texto, cerca de 19% dos estudantes abandonam o EM e mais de 56% das pessoas com 10 anos ou mais possuem apenas com o ensino fundamental.
Para a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso, a expressão “Ensino Médio na UTI”, utilizada pelo repórter não poderia ter sido empregada de forma melhor. “Desde 2000 o RN tem sido o lanterninha nos resultados das provas de matemática e de língua portuguesa. E o que foi feito para resolver a situação? Nada.”, disse.
As condições precárias de trabalho são denunciadas constantemente pelo Sindicato e por toda a comunidade escolar, no entanto, o quadro se repete indefinidamente. “Temos assistido a cenas patéticas. O Governo não reconhece, por exemplo, que uma escola que só oferece quadro e giz não é, de forma alguma, atrativa o suficiente para manter o estudante lá.”, avalia a dirigente.
Para a sindicalista, uma sociedade que se reconfigura com a utilização de mídias sociais, da banda larga, da internet móvel, exige dos gestores uma nova visão sobre o ensino. “Não se pode conceber um modelo de ensino como o que se tinha há décadas atrás. Os tempos mudam e é preciso que a Escola os acompanhe. Não temos uma infraestrura mínima para poder envolver os alunos, as escolas não têm laboratórios, os computadores não funcionam e ainda falta professor. Como poderemos ter um currículo atrativo?”, diz.
Fátima Cardoso ressalta, ainda, que os gestores não observam essas carências e se limitam a dizer que a causa da evasão escolar é a greve. Mas agora não há greve. E também não há mudança. “As escolas continuam sem aulas por falta de professores, e essa é uma deficiência promovida pelo Governo, que não supre a rede de ensino com a quantidade necessária de profissionais. O Estado foge da obrigação que tem com o ensino, a pedagogia e os aspectos teórico-metodológicos se escondendo em um discurso cheio de adjetivos e carente de resoluções.”, finaliza.

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