A última edição de O Poti trouxe uma
avaliação importante sobre o ensino médio do Rio Grande do Norte. Na
matéria, o repórter Francisco Francerle ressalta a falta de estímulo que
os jovens têm para completar o ensino médio e aponta índices
assustadores. Segundo o texto, cerca de 19% dos estudantes abandonam o
EM e mais de 56% das pessoas com 10 anos ou mais possuem apenas com o
ensino fundamental.
Para a coordenadora geral do Sinte,
Fátima Cardoso, a expressão “Ensino Médio na UTI”, utilizada pelo
repórter não poderia ter sido empregada de forma melhor. “Desde 2000 o
RN tem sido o lanterninha nos resultados das provas de matemática e de
língua portuguesa. E o que foi feito para resolver a situação? Nada.”,
disse.
As condições precárias de trabalho são
denunciadas constantemente pelo Sindicato e por toda a comunidade
escolar, no entanto, o quadro se repete indefinidamente. “Temos
assistido a cenas patéticas. O Governo não reconhece, por exemplo, que
uma escola que só oferece quadro e giz não é, de forma alguma, atrativa o
suficiente para manter o estudante lá.”, avalia a dirigente.
Para a sindicalista, uma sociedade que
se reconfigura com a utilização de mídias sociais, da banda larga, da
internet móvel, exige dos gestores uma nova visão sobre o ensino. “Não
se pode conceber um modelo de ensino como o que se tinha há décadas
atrás. Os tempos mudam e é preciso que a Escola os acompanhe. Não temos
uma infraestrura mínima para poder envolver os alunos, as escolas não
têm laboratórios, os computadores não funcionam e ainda falta professor.
Como poderemos ter um currículo atrativo?”, diz.
Fátima Cardoso ressalta, ainda, que os
gestores não observam essas carências e se limitam a dizer que a causa
da evasão escolar é a greve. Mas agora não há greve. E também não há
mudança. “As escolas continuam sem aulas por falta de professores, e
essa é uma deficiência promovida pelo Governo, que não supre a rede de
ensino com a quantidade necessária de profissionais. O Estado foge da
obrigação que tem com o ensino, a pedagogia e os aspectos
teórico-metodológicos se escondendo em um discurso cheio de adjetivos e
carente de resoluções.”, finaliza.
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