da Agência Brasil
Brasília – Dados divulgados hoje pelo governo federal indicam que o
país está a meio caminho de cumprir a meta de tirar 4 milhões de
famílias da miséria. O resultado será atingido dia 18 de junho, quando 2
milhões de famílias situadas abaixo da linha da pobreza e com crianças
de até 6 anos começam a receber o chamado Benefício de Superação da
Extrema Pobreza (que faz parte do Programa Brasil Carinhoso), que
assegura pelo menos R$ 70 por pessoa a famílias extremamente pobres com
crianças nessa faixa etária.
O valor de R$ 70 é o limite utilizado pelo governo para fixar as metas
do Programa Brasil sem Miséria, criado há um ano como a principal
política social do governo Dilma Rousseff. A partir desse valor e de
dados do Censo Populacional 2010, o IBGE calculou que há 16 milhões de
pessoas em condições de miséria (ou 4 milhões de famílias com uma média
de quatro pessoas por domicílio).
“O balanço [do Programa Brasil sem Miséria] é excelente. Nós cumprimos
todas as nossas metas. Tudo aquilo que foi dito pela presidenta vem
sendo cumprido”, disse a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Tereza Campello. Restam, no entanto, outros 2 milhões de famílias
(não beneficiadas pelo Brasil Carinhoso) que permanecem na miséria. A
ministra garante que esse segmento da população irá ultrapassar a linha
de pobreza até 2014.
“Nós temos um conjunto de ações para quem quer ter uma inserção melhor,
melhorar seu emprego, melhorar seu negócio”, disse a ministra, ao
lembrar de iniciativas de qualificação profissional e fomento à
atividade no campo. “A pobreza não é só uma questão de renda”,
acrescentou, ao ponderar que é preciso ações para “inserir as pessoas no
mercado [de trabalho]”.
A localização das pessoas que necessitam de mais benefícios e a
inscrição em programas sociais, mas ainda não estão registradas no
Cadastro Único do Programa Bolsa Família (hoje com 13,5 milhões de
famílias identificadas), está sendo feita pelo governo federal, em
parceria com as prefeituras municipais em estratégias de busca ativa
(nas residências das pessoas, por exemplo). Até o final do ano, Tereza
Campello acredita que mais 113 mil famílias em extrema pobreza (e que
ainda não são assistidas pelo Programa Bolsa Família) serão localizadas.
Atualmente, 687 mil famílias extremamente pobres recebem benefícios do
Programa Bolsa Família.
Conforme a ministra, o governo não sabe quantas famílias ainda precisam
ser localizadas pela busca ativa, mas parte dessa população, admite,
“já poderia ter o benefício há meses e até anos”, disse se referindo às
dificuldades do Estado atender e fazer o registro de pessoas em grandes
bolsões de pobreza. Os dados do governo indicam que três de quatro
pessoas localizadas pela busca ativa estão em grandes centros urbanos.
O governo federal define como famílias em situação de extrema pobreza aquelas cuja renda familiar per capita seja inferior a R$ 70.
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