Ontem à tarde, servidores em greve da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) realizaram
manifestação contra o descumprimento do acordo de reajuste salarial
firmado com o Governo do Estado em setembro de 2011. O consenso pôs fim à
greve do ano passado, de 106 dias, e o não-cumprimento do que fora
acordado culminou com a paralisação.
Com faixas, os manifestantes usaram também carro de som para
denunciar à sociedade que o acordo não está sendo cumprido, reproduzindo
áudio de entrevista da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) ao O
Mossoroense, perguntando ao repórter se ele tinha dúvida de que o
reajuste seria dado em abril e dizendo que quando faz acordo, cumpre.
O presidente da Associação dos Docentes da Uern (Aduern), professor
Flaubert Torquato, informou que o comando de greve enviou ontem ao
Governo do Estado documento comunicando rejeição da proposta encaminhada
em ofício na semana passada, de pagamento do reajuste acordado de
10,60%, mas a depender da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Nesse documento, a Secretaria Estadual de Administração e Recursos
Humanos propõe só pagar o reajuste quando o Estado sair do limite
prudencial da LRF, que impõe limite de gastos com pessoal. Porém, a
Aduern e o Sindicato dos Técnicos-Administrativos da Uern (Sintauern),
em assembleia, rejeitaram essa proposta.
Para encerrar a greve, os servidores reivindicam pagamento do
reajuste na folha deste mês, retroativo a abril, ou que seja em data
certa. "Sem prazo, não confiamos", avisa Flaubert Torquato, lembrando
que, no acordo firmado em setembro de 2011, não há nenhuma cláusula
condicionando a concessão do reajuste a limites da LRF.
"A categoria está há dois anos sem reajuste salarial e até agora não
temos nenhuma proposta concreta", lamenta o presidente da Aduern,
acrescentando que a postura agora é de aguardar a posição do Governo do
Estado em relação ao comunicado oficial de rejeição da proposta. A
expectativa é que o comando de greve seja convidado para negociar.
Enquanto isso, prosseguem as atividades de greve. Após a caminhada de
ontem, do Hotel VillaOeste à Praça do Pax, o próximo compromisso será
hoje, às 9h, com reunião na sede da Aduern, para discutir atividades da
próxima semana e avaliar o andamento do movimento.
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