A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) confirmou ontem que está preparando
uma recomposição no Secretariado do Poder Executivo com troca de alguns
titulares e preenchimento dos cargos atualmente ocupados por
adjuntos. A tarefa não está sendo fácil sobretudo quando o assunto é
uma das pastas mais nefrálgicas da administração - a Secretaria de Saúde
Pública (Sesap) - que está sem titular desde a saída do médico Domício
Arruda, semana passada. Rosalba Ciarlini oficializou até agora três
convites - ao oncologista Marcos Leão; ao diretor do Hospital Onofre
Lopes, Ricardo Lagreca; e ao presidente da Unimed/Natal, Antônio Araújo.
Nenhum deles aceitou o desafio. A governadora já admite uma
"rearrumação no Estado". "Vai sim ocorrer [a reestruturação nas
Secretarias]. Nós temos que ver algumas pastas sem titulares, que são os
adjuntos que estão respondendo então é natural que a partir daí façamos
algumas mudanças", admitiu ela, que destacou, contudo, a necessidade de
resolver problemas que considera mais "graves e urgentes", como as
ações para amenizar os efeitos da seca.A situação na Sesap é das mais
complexas e o Governo do DEM tem procurado com insistência, por exemplo,
um novo diretor geral para o Hospital Walfredo Gurgel (HWG), que está a
mais de um mês sem comando. A caminhada, no entanto, tem sido em vão.
Tanto que a governadora já enviou comunicado pedindo aos funcionários do
HWG que indiquem um servidor para assumir a Unidade. A gestão estadual
contabiliza ainda outros quatro cargos importantes da administração
direta e indireta que encontram-se atualmente sem os respectivos
titulares. Além da Sesap, um outro gargalha está na Secretaria de
Justiça e da Cidadania (Sejuc), cujo último titular, o advogado Fábio
Holanda, não permaneceu três meses. Ele saiu de cena no dia 17 de março,
deixando para trás um clima animoso com o grupo comandado pela
governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e sob o argumento de que não dispunha
de condições de realizar um bom trabalho.
A Sejuc acabou sendo
ocupada emergencialmente pelo também secretário de Segurança Pública e
Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha que, já se sabe, tem contado os
minutos e segundos para dedicar-se unicamente a já complicada Sesed. A
Secretaria de Justiça e Cidadania é responsável, entre outras coisas,
pela administração do sistema penitenciário e também por coordenar a
Defesa Civil no Estado. Rosalba Ciarlini fez um convite oficial ao
promotor de Defesa do Consumidor, José Augusto Péres, para comandar a
pasta. Mas o projeto esbarrou no Conselho Superior do Ministério
Público, que considerou inadequada a saída do promotor neste momento de
fragilidade do Governo.
Rosalba Ciarlini enfrenta problemas ainda
na Secretaria de Turismo (Setur), que está ocupada pelo secretário em
exercício, Luiz Eduardo Bulhões. Um nome cotado para a pasta é o de
Ivanaldo Bezerra, que foi titular da mesma Setur gestão de Garibaldi
Alves Filho (PMDB). O Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN
(Idiarn), também esta nas mãos da adjunta, Vera Lúcia de Paiva. As
mudanças que Rosalba Ciarlini pretende imprimir no Governo estão sendo
discutidas pelo Conselho Político, que é composto pelos deputados
Henrique Alves e João Maia, o ministro Garibaldi Alves, o senador José
Agripino e o ex-deputado Carlos Augusto Rosado.
A governadora Rosalba
Ciarlini já admite que o nome do ex-deputado Carlos Augusto Rosado
(DEM), seu marido, para comandar o Gabinete Civil, está sendo analisado,
assim como outras questões na reestruturação administrativa. "Nós ainda
estamos reorganizando, analisando e vamos fazer o que for melhor para
dar mais resultados", respondeu à reportagem da TN que indagou, ontem,
sobre a possível oficialização do ex-parlamentar enquanto auxiliar do
Governo. Diante da insistência dos jornalistas, a chefe do Executivo
voltou a dizer que a abordagem recorrente sobre o assunto é eivado de
preconceito. "Eu acho interessante que vocês ficam preocupados com isso.
É um preconceito, porque eu sou mulher. Esse preconceito tem que
acabar. Se o governador fosse um homem não ia ter problema indicar a
mulher auxiliar. E a mulher pode ou não pode ter o marido que a ajude?",
indignou-se a democrata.
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