sexta-feira, 11 de maio de 2012

Governo do Estado admite pedir ilegalidade da greve da Uern e cortar ponto de servidores

O Governo do Estado promete endurecer a relação com os servidores em greve da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). A Procuradoria-Geral do Estado admite pedir a ilegalidade da paralisação à Justiça e cortar o ponto dos servidores, suspendendo pagamento de salários.
"O Estado irá pedir, sim, a ilegalidade da greve dos professores. E suspender os pagamentos. Pagar salário a quem não trabalha pode ser considerado ilegal", disse Josino, em entrevista ao O Jornal de Hoje, de Natal, acrescentando que elementos para o pedido estão sendo levantados pelo governo.
O procurador não informou quando o pedido será feito ao Tribunal de Justiça, mas adianta que a paralisação é injusta. "A greve é inconveniente, feita de forma inoportuna e com graves consequências para os alunos. A sociedade precisa saber que os professores da Uern ganham melhor que os da UFRN", disse.
A postura do governo é vista como tentativa de evitar o prolongamento da greve, como no ano passado, quando a paralisação durou 106 dias, a maior da história do Rio Grande do Norte. A greve só terminou mediante acordo de parcelar o reajuste de 22% em três anos: 10,65% em abril deste ano; 7,43% em 2013; e 7,43% em 2014.
E foi exatamente o não-pagamento dos 10,65% no mês passado que motivou a nova greve, sete meses depois do término da anterior. E, agora, os professores e técnicos-administrativos garantem que só voltarão ao trabalho com o pagamento do reajuste em maio, retroativo a abril, ou em uma data certa.
Mas, é aí onde reside o impasse. Em ofício enviado na semana passada, o Governo do Estado reconhece o reajuste de 10,65%, mas propõe só concedê-lo depois que a administração deixar o limite de gasto imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), restrição alegada pelo governo desde o ano passado.
Segundo a Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Aduern), a proposta do governo não atende à categoria por conta do condicionamento à LRF, considerando como insuficiente por não garantir o pagamento imediato conforme o estabelecido em 2011, nem estabelecer data certa.
Professores e técnicos-administrativos, representados pelos seus sindicatos, garantem continuar abertos ao diálogo em busca de um consenso para o término da greve, porém, a disposição do governo de "judicializar" a relação com os servidores pode dificultar as negociações e levar a decisão à Justiça.

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