segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O que houve no PMDB foi a preocupação com projetos pessoais , afirma Wilma

A ex-governadora voltou a Mossoró na última sexta-feira para participar do Congresso do PSB. Nesta entrevista concedida após o evento ela falou sobre o futuro político dela, avaliou o desempenho da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e criticou a postura do PMDB potiguar.
O Mossoroense: Como está o processo de estruturação do PSB para 2012?
Wilma de Faria:
O PSB é um partido de oposição, que faz uma oposição responsável, firme e vigilante, mas respeitando as pessoas. Esse é um trabalho que vamos fazer com muito vigor no sentido de reforçar cada vez mais esse trabalho que fortalece e aperfeiçoa a democracia. Não é fácil ser um partido de oposição crescer num Estado pequeno como o Rio Grande do Norte e isso graças a Deus está acontecendo e o partido se mantém forte, firme e vai ter candidato nas principais cidades do Rio Grande do Norte.
OM: No evento do PSB mossoroense a senhora disse que há um sentimento de comparação entre a senhora e a atual governadora...
WF:
... Há esse sentimento de comparação. As pessoas veem como foi o governo que deixamos e o governo que está se iniciando com ações que nós deixamos, mas muita coisa está parada, interrompida. As ações sociais passando pela Emater, Programa do Leite, Restaurantes Populares, Centrais do Trabalhador... estamos vendo esses serviços sem funcionar perfeitamente e é a população que reclama. Os servidores se sentem desrespeitados. Todo esse processo está acontecendo, e o nosso partido está sendo exaltado e comparado com tudo que está sendo feito. Tudo que foi comemorado pelo atual governo é fruto de ações nossas, de recursos que deixamos para saneamento, estradas, Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. São legados que nós deixamos como a Copa de 2014 que permite que governo e prefeitura se comuniquem com ministros para atrair recursos. Enfim... olhando para trás e convivendo como eu tenho convivido com o povo do meu Estado, que me abraça e me recebe com muito carinho. O povo está parando para comparar o passado e o presente, e muita gente tem usado o velho adágio popular e dizendo: "Eu era feliz e não sabia". Até quem votou no atual governo está decepcionado. Quero fazer oposição com responsabilidade sem atacar ninguém, mas se mantendo sempre vigilante.
OM: Isso motiva a senhora para projetos em 2014 como disputar o Governo do Estado novamente?
WF:
Está tão longe. Eu não decidi nem 2012, quanto mais 2014. Vamos deixar para depois (risos). O que eu sinto hoje é que os servidores estão reclamando, que os serviços não funcionam porque não ligaram a internet, porque não estão distribuindo leite perfeitamente e a população pobre está sofrendo. Temos 1.600 famílias demitidas do Meios e nem sequer os direitos trabalhistas foram pagos pelo Governo do Estado. Isso é uma lástima. As creches não foram assumidas pelos municípios e quem perdeu com isso foi a sociedade, as famílias que ficaram sem ter onde deixar os filhos.
OM: A senhora falou que ainda não decidiu sobre 2012, mas hoje a tendência é uma aliança para apoiar o ex-prefeito Carlos Eduardo em Natal ou uma candidatura própria?
WF:
Hoje há uma convocação do povo de Natal, das pessoas que viram o nosso trabalho e nos convidam para uma candidatura, e nós estamos analisando. Aqui em Mossoró também há essa convocação para que essa candidata seja a deputada Larissa para ser a nova prefeita de Mossoró.
OM: Como a senhora avaliou a ida da parte do PMDB que lhe apoiou em 2010 para a base da governadora Rosalba Ciarlini?
WF:
Para você ajudar o governo não é necessário você se alinhar politicamente. O projeto político tem que ser um. A preocupação com o desenvolvimento tem que ser outra. Você mesmo na oposição tem que se preocupar com o desenvolvimento do Estado, mesmo que o gestor não seja do seu partido. O que houve na verdade em relação ao PMDB foi a preocupação com projetos pessoais e isso é muito ruim para o Estado.

entrevista da ex governadora ao jornal O Mossoroense

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