terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fenomeno negativo ( do Blog Carlos Santos)

Impressiona a quantidade de brigas em festas populares em que a essência musical é o forró eletrizado.
No final de semana testemunhei isso; conversei com amigos que costumam ir a essas festas, empresários do setor: opinião comum é de que existe uma atmosfera de barbárie.
Será que letras que exaltam machões e tratam mulheres como simples cadelas no cio, prontas para serem curradas, concorrem para tamanha estupidez? Heim?
A poucos metros de shows de forró eletrizado, em Mossoró, na Praça de Eventos, tivemos Vanessa da Matta e Nando Reis em apresentações diametralmente opostas em termos de comportamento do público. Não se registrou uma única briga; a polícia não interveio sequer uma vez.
Músicas falam de amor, desamor; alegria. A vida pra cima.
Nenhuma faz apologia a machismo nem ridiculariza o papel da mulher. “Sorte a nossa heim?!” copio Vanessa em uma de suas músicas.
Cantores das bandas de forró, gente trabalhadora e vencedora, são obrigados a constantes paralisações em seus shows, para apelo à ordem. Isso é tão comum que parece regra.
Aviões do Forró e Calcinha Preta, em seus shows na Estação das Artes, repetiram esse ritual de apelo ao bom senso. Lá embaixo, a turba entrava em erupção, gente correndo, pontapés, socos, pancadaria, urros de guerra.
Em todo show, lá estão os cantores pedindo paz aos baderneiros; que evitem briga e curtam tão somente a festa. Até os ridicularizam, assinalando que existem milhares de mulheres à solta, à espera de carinho.
Sociólogos, psicólogos, gente da música, psicólogos sociais e outros estudiosos precisam interpretar esse fenômeno da violência gratuita em shows de bandas de forró. Há algo de errado!
No Brasil e Europa, por várias vezes a música de gêneros como o funk, punk e o hap foi acusada de incitamento à violência, à xenofobia e ao tratamento discriminatório contra mulheres e gays, por exemplo. Isso é fato.
Algumas de suas letras são verdadeiras apologias ao crime, hinos à barbárie, ao enxovalhamento da honra da própria espécie humana.
Reflitamos sobre isso.

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