sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Servidores cobram reconhecimento e mais valorização profissional

"Essa é uma data mais de reflexão do que comemoração". A frase, dita pelo coordenador regional do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Direta e Indireta do Rio Grande do Norte (Sinai/RN), Hermes Oliveira, sintetiza bem o sentimento vivenciado atualmente por grande parte dos profissionais que fazem parte do quadro do funcionalismo público do Estado, nesse 28 de outubro, data em que se comemora o Dia do Servidor Público.
De acordo com Hermes Oliveira, não há motivos para comemoração, pois, segundo ele, apesar de o serviço público ser significativo para a sociedade, a categoria ainda precisa receber uma maior valorização por parte dos gestores que administram o Executivo estadual. "O servidor público ainda tem muito o que oferecer para a sociedade, pois, apesar do avanço, nenhuma máquina vai substituir o homem. Esses serviços precisam ser humanizados", destaca.
O coordenador regional do Sinai/RN destaca que a falta de reconhecimento do trabalho executado pelos servidores pode ser visualizada através dos últimos acontecimentos envolvendo diversos órgãos da administração direta e indireta do Estado, que realizaram ao longo do ano inúmeros movimentos grevistas. "Nossa categoria não alcança conquistas de forma espontânea, por isso todos os anos a luta é intensificada, sendo a greve a última instância para esse fim. Só há reconhecimento dos gestores em seus discursos. Eles nos tiram direitos, fazem retaliações", afirma.
Para Hermes Oliveira, em muitos momentos também falta consciência dos próprios servidores, da importância que eles possuem no funcionalismo público. "Falta organização na classe trabalhadora, união. Nas assembleias que decidimos pela realização ou não de greves, por exemplo, menos de 50% dos servidores participam. É preciso compromisso, conscientização do nosso poder de mudança", alerta.
Em meio a tantos obstáculos, o coordenador regional do Sinai/RN diz que, diferentemente do que muitos acreditam, o serviço público não pode ser caracterizado como o emprego ideal. "A sociedade acha que o servidor protesta sem motivo, que muitos de nós não trabalhamos. Claro que existem aqueles que não têm compromisso, mas há também os bons, que estão sempre muito atarefados", explica, acrescentando: "É importante pedir ao servidor público que ele nunca desista, que ele não deixe de acreditar na sua força", conclui.
Os ideais apresentados por Hermes Oliveira também são defendidos pelo coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte/RN) em Mossoró, Rômulo Arnaud.
De acordo com o sindicalista, o serviço público é muito sacrificado. "Assim como há maus funcionários nas empresas privadas, também há no serviço público. Mas para aqueles que trabalham direito, são funções muito sacrificadas", diz.
Rômulo Arnaud revela ainda que os trabalhadores em educação estão sendo desvalorizados devido ao percentual elevado de contratações de empresas terceirizadas pelo Estado para exercerem atividades nas escolas do Estado. "O último concurso para servidor ocorreu em 2000, ou seja, há 11 anos não há novas contratações, o que acaba sobrecarregando os funcionários, e para complicar a situação, o Estado vem ampliando a contratação de terceirizadas, o que acaba tornando o serviço precarizado, uma vez que não há um processo de formação de como se trabalhar com o aluno", lamenta, complementando: "Há desvalorização também no que se refere ao salário. O governo ainda não consolidou o Plano de Cargos, Carreiras e Salários da categoria, aprovado no ano passado, mesmo após mostrarmos que há sim condições financeiras para isso", finaliza o coordenador em Mossoró do Sinte/RN.

de O Mossoroense

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