Após o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern)
ingressar com Ação Civil Pública (ACP) na Justiça Federal contra o
Governo do Estado, devido aos graves problemas constatados no Hospital
Monsenhor Walfredo Gurgel, o Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) também
acionará judicialmente o Poder Executivo estadual. De acordo com o
presidente do Sinmed/RN, Geraldo Ferreira, a decisão foi acertada na
segunda-feira, 9, durante reunião com toda a categoria.
"Na assembleia, optamos por suspender temporariamente as interdições
trabalhistas que realizaríamos em hospitais do Estado, e definimos três
pontos a serem adotados a partir de agora: a manutenção da greve; entrar
com um mandado de segurança contra o governo devido ao anúncio de que
será implantado ponto eletrônico para verificar a frequência dos
profissionais, e também entrar com um processo na Justiça alegando
assédio moral contra a nossa categoria, praticado pela administração
estadual", explica.
Segundo Geraldo Ferreira, a instalação de ponto
eletrônico nos hospitais do RN vai de encontro ao que estabelece o
Governo Federal. "Na portaria que determina como deve ser aplicado o
ponto eletrônico no âmbito do Executivo, datada de 1996, fica
estabelecido que algumas atividades trabalhistas realizadas de forma
contínua, como, por exemplo, as promovidas por professores, juízes,
promotores, não precisam de ponto eletrônico. No nosso caso é a mesma
coisa, porque precisamos acompanhar o paciente enquanto ele estiver em
tratamento, não depende de tempo. Somos a favor do controle de
frequência, mas com outro formato", defende.
Em relação ao processo
onde será alegado assédio moral coletivo, o presidente do Sinmed explica
que a decisão foi motivada pelas graves falhas que a saúde pública no
RN enfrenta atualmente. "O governo está nos obrigando a trabalhar em
condições inadequadas, o que coloca em risco a população e os próprios
profissionais. Pedimos ao nosso setor jurídico para elaborar uma minuta
do processo, e estamos pedindo indenização no valor de R$ 2 milhões.
Essas ações judiciais foram os mecanismos que encontramos para mostrar o
descompasso entre as expectativas da população e o governo", conclui
Geraldo Ferreira.
Hospital Regional Tarcísio Maia inicia implantação de UTI pediátrica
O Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) dará início neste mês de
julho às obras para a criação de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
pediátrica. Inicialmente serão construídos quatro leitos, cada um
custando em torno de R$ 115 mil.
A implantação imediata dos leitos
corresponde a uma determinação judicial imposta em setembro de 2008, na
qual se estabelece a ampliação do número leitos nas UTIs de Mossoró.
O
diretor do HRTM, Ney Robson, informou que já foi iniciado o processo de
execução da UTI, e a previsão é de que no prazo de 90 dias a nova
unidade comece a funcionar.
"Iremos fazer uma reforma na estrutura
física do hospital, para podermos implantar o novo espaço pediátrico.
Apenas em Natal temos uma estrutura igual a essa. Compramos os
equipamentos para os quatro leitos, isto é, cama, cadeirinha,
porta-soro, dentre outros. Tudo dentro de acordo com as determinações do
Ministério da Saúde"
Ele complementa dizendo que está sendo
finalizada a ampliação do espaço, com a implantação de mais 10 leitos
pediátricos. "Com a implantação de mais este serviço teremos que ampliar
o nosso quadro de profissionais. Para isso estamos realizando um estudo
para estabelecer quais e quantos pediatras, enfermeiros, entre outros
servidores, serão necessários", explicou o diretor.
De acordo com o
pediatra Milanez Cavalcanti, a carência de leito hospitalar em Mossoró é
muito grande, dessa forma a criação de novas estruturas é muito
importante para beneficiar as famílias que precisam.
"Mossoró é uma
cidade-polo, e muitas pessoas de cidades vizinhas vêm se consultar em
nosso município. Desta forma é de extrema necessidade ampliar o número
de leitos disponibilizados pelos hospitais. A assistência oferecida às
crianças que precisam desse suporte vai melhorar muito", conclui a
especialista.
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