Diferentemente do que foi assegurado pelo secretário estadual da
Administração e Recursos Humanos, Álber Nobrega, em conversa com o
presidente da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (Aduern), Flaubert Torquato, no último dia 17, o projeto
de lei que altera os salários dos servidores da Uern ainda não foi
encaminhado à Assembleia Legislativa.
Na última terça-feira, o
secretário Álber se comprometeu a enviar o projeto até o final desta
semana, e justificou que a proposta ainda não havia sido encaminhada
porque o Executivo estadual esperava a conclusão de outros projetos para
serem enviados de uma só vez à Assembleia Legislativa, que está em
recesso e será convocada em caráter extraordinário para votar as
matérias.
Porém, em conversa com a reportagem, o secretário chefe do
Gabinete Civil, Anselmo de Carvalho, disse que a última informação que
ele teve acesso é que o projeto ainda estaria na Consultoria do Estado.
"Quem
pode esclarecer isso é o próprio Álber Nóbrega. O que posso dizer é que
o acordo será cumprido. Todos os projetos de lei passam pela
Consultoria, e o que soube é que o que trata sobre o reajuste estaria
nessa etapa", explica Anselmo de Carvalho.
O presidente da Aduern diz
que a categoria está tranquila em relação ao cumprimento do que foi
acordado com a categoria. "O Governo está com informações
desencontradas, mas há, na palavra dos dois secretários, algo em comum: o
pagamento será efetuado. Estamos tranquilos em relação a essa questão,
até porque o Executivo deve ter uma fórmula de conceder esse reajuste
sem estar condicionado ao projeto de lei", diz Flaubert Torquato.
A
folha de pagamento do mês de julho da Uern já foi encaminhada ao governo
com o reajuste de 3,5%, juntamente com uma folha complementar que
contempla o retroativo de junho, conforme ficou acordado com os
servidores para pôr fim ao mais recente movimento grevista da Uern, que
durou quase dois meses.
Uern estimula atuação de professores-doutores
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) está
incentivando a fixação de professores-doutores no quadro da instituição
através do Programa de Bolsa Produtividade em Pesquisa, através do qual
os contemplados dispõem de recursos para aplicação de projetos por dois
anos, renováveis por igual período. A iniciativa foi tema de debate
anteontem na Uern.
Na oportunidade, a instituição mostrou que
pretende fortalecer o programa, aguardando parceria com a Fundação de
Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte (Fapern), já que a presidenta da
entidade, Bernadete Cordeiro, disse haver interesse em firmar essa
cooperação.
"A gente está tentando viabilizar essa parceria, porque a
Uern é um dos principais focos da Fapern", diz o pró-reitor de Pesquisa
e Pós-Graduação, professor-doutor Pedro Fernandes, acrescentando que
essa é uma das frentes que a Uern está trabalhando para fortalecer o
programa.
A outra é aproximação do projeto com o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O professor-doutor
José Alzemir Costa é um bolsista da instituição e explica a importância
disso: "Dá um diferencial porque é extremamente concorrido e você
consegue mais financiamentos para projetos".
O programa de Bolsa
Produtividade em Pesquisa consiste num incentivo para a fixação de
doutores da Uern. Para isso, precisam prestar contas acerca da
orientação acadêmica, publicação de artigos científicos em revistas e
aprovação de projetos.
"Queremos pesquisadores com indicadores que os
coloquem como bons profissionais em todo o país. A Uern tem hoje 190
doutores, 25% do quadro efetivo. Mas, estamos aquém num comparativo com
as universidades federais", explica Pedro Fernandes.
O reitor Milton
Marques de Medeiros disse considerar o investimento em pesquisa um dos
pilares de qualquer universidade. Sobre o debate de anteontem, declarou:
"Esse é um encontro que me dá muita alegria, considero vital para a
Universidade esse projeto. As instituições de ensino superior se
projetam através do campo da pesquisa", diz.
Segundo ele, "quem não
age assim fica com uma linguagem rude perante às instituições de
fomento. Investir na capacitação de professores e técnicos garante o
crescimento vertical da universidade. Esse é o recurso mais bem aplicado
por nós.
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