A
polêmica dominou a sessão plenária de ontem na Câmara Municipal de
Mossoró. Tudo começou em pronunciamento do vereador Flávio Tácito (DEM)
em resposta ao panfleto do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais
de Mossoró (Sindiserpum) que acusa a prefeita Fafá Rosado (DEM) e
integrantes da bancada de governista de terem traídos os trabalhadores
em educação ao aprovarem a alteração do plano de carreiras da categoria.
Em
resposta à postura do sindicato, Flávio Tácito ocupou a Tribuna da
Câmara para cobrar transparência da direção da entidade. "Não tenho medo
de sindicato nenhum. Eles deveriam prestar contas dos R$ 600 mil que
recebem por ano", disparou.
Visivelmente irritado, o demista disse não ser justo o tratamento
dado pelo sindicato aos integrantes da bancada governista. "Se algum
contracheque de professor vier com o salário reduzido, nós da bancada do
governo seremos os primeiros a reagir", desafiou. A vereadora Cláudia
Regina (DEM) reforçou as palavras de Tácito. "A melhor resposta que será
dada é no fim do mês, quando os servidores receberem os contracheques.
Se não for assim, vamos exigir que se cumpra a lei", garantiu.
Em
seguida, ela disse não entender como o sindicato pode usar dinheiro dos
trabalhadores para fazer campanha política. "Os trabalhadores não pagam
ao sindicato para denegrir a imagem das pessoas de bem. Vamos fazer uma
política limpa", afirmou a parlamentar, que garante estar dentro dos
bairros desde que assumiu o mandato. "Quem não conhece a tenda do povo.
Agora eles não sabem fazer política decente como eu faço. Olhando na
cara do povo", lembrou.
O vereador Daniel Gomes (PMDB) também
mostrou-se indignado com a postura do sindicato. "O sindicato contrata
carro de som com logomarca do PT. Isso está sendo pago com qual
dinheiro?", questionou.
Para Manoel Bezerra (DEM), a entidade tenta
transformar a greve em trampolim para beneficiar candidatos apoiados
pelo PT. "O pessoal do sindicato está querendo se aproveitar de um
momento político, mas espero que a justiça seja feita", concluiu.
Único
governista a votar em desacordo com a bancada, Chico da Prefeitura
(DEM) se solidarizou a Flávio Tácito. "Isso passou dos limites. Tomei
aquela decisão (de votar contra o projeto do governo) porque meu mandato
foi dado pelo povo", afirmou.
Os oposicionistas Genivan Vale (PR) e
Jório Nogueira (PSD) manifestaram solidariedade a Flávio, mas lembraram
que a recíproca não é a mesma quando os parlamentares da oposição são os
alvos. "A gente lembra daquela questão de Paulo Doido (blog apócrifo
organizado por jornalistas ligados ao Palácio da Resistência) que tanto
agrediu membros da oposição e não vimos solidariedade", disse Genivan. O
republicano lembrou que o sindicato não comete qualquer irregularidade
ao distribuir panfletos e contratar carros de som. Ele disse ainda que é
preciso a bancada governista colaborar para não desgastar a imagem da
casa. "O que a gente reclama aqui é desse costume do Executivo de mandar
os projetos em cima da hora", lembrou. Genivan esclareceu os motivos
que o levaram a votar contra a proposta do governo. "Existe uma
incongruência entre professores de nível médio que recebem mais do que
os de nível superior", lembrou.
Para Jório Nogueira, é preciso que os
governistas tenham coragem de discordar do chefe de gabinete Gustavo
Rosado. "Temos que prestar solidariedade aos nossos colegas, mas vocês
deveriam fazer isso quando a imprensa marrom do palácio ataca a
oposição. Mesmo assim vocês precisam provar que o sindicato está errado.
Sobre esses projetos ruins para a população façam como Jório Nogueira:
digam a Gustavo Rosado que o governo está errado", concluiu.
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