quinta-feira, 26 de abril de 2012

Governo receberá docentes para explicar descumprimento de acordo

Os professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) realizam assembleia hoje, às 9h, na sede da Associação dos Docentes (Aduern), em clima de "total indignação", segundo o presidente do sindicato, professor Flaubert Torquato. Os educadores estão "raivosos", de acordo ele, com a quebra de compromisso do Governo do Estado.
É que a administração estadual não viabilizou reajuste de 10,65% no contracheque de abril, como acordado com a categoria para o fim de greve geral de 2011, que durou 106 dias. "O sentimento dos professores é de decepção, porque sempre acreditamos no acordo, e agora o governo diz que não tem condição de cumprir", lamenta Torquato.
O presidente da Aduern lembra que o acordo foi firmado em setembro de 2011. "Portanto, houve sete meses para o governo encaminhar o projeto de lei do reajuste para ser aprovado na Assembleia e não fez. Ou seja, teve tempo de sobra, e agora somos pego de surpresa com essa quebra de compromisso", lastima.
Flaubert informa que o resultado da audiência do reitor da Uern, Milton Marques, ontem, com equipe técnica do governo não é dos mais animadores, o secretário de Planejamento, Anselmo Carvalho, teria dito que o Governo do Estado não tem como cumprir o acordo por causa de limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
E que isso seria comunicado em audiência para qual a direção da Aduern foi convocada amanhã, às 11h, no Centro Administrativo, em Natal. "Solicitamos essa audiência no começo de março e só agora, quase dois meses depois, é que seremos recebidos", reclama o professor, lamentando que, talvez, seja tarde demais para a negociação.
Porém, Flaubert Torquato ainda é cauteloso quanto à nova greve na Uern. Diz esperar o resultado da assembleia de hoje, que vai debater a situação e decidir a postura dos professores daqui para frente. "Apesar de toda a insatisfação, ainda é cedo para falar em greve. Antes, vamos esgotar todos os meios de negociação", diz.
O acordo feito para pôr fim à greve de 106 dias na Universidade, a maior do serviço público do Rio Grande do Norte, previa o pagamento de 10,65% em abril de 2012; 7,43% em abril de 2013; e 7,43% em abril de 2014. Segundo o presidente da Aduern, a situação é uma demonstração de descaso, desrespeito e falta de compromisso com a Uern. 
Rosalba declara: "Quem me conhece, sabe que cumpro acordo"
No último dia 17, ao desembarcar no Aeroporto Dix-sept Rosado, para anunciar a licitação para duplicar a rodovia entre Mossoró e Tibau, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) respondeu à pergunta da equipe de reportagem do jornal O Mossoroense sobre se o acordo com os servidores da Uern seria realmente cumprido.
"Você tem dúvida? Eu não tenho nenhuma. Quem me conhece, sabe que, quando eu firmo um acordo, eu cumpro", disse. Porém, não é esse o tom do secretário de Planejamento, Anselmo Carvalho, que tem confidenciado que o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal impede o reajuste acordado com os servidores.
O presidente da Aduern, Flaubert Torquato, lamenta essa postura. Para ele, o Governo do Estado está batendo cabeça. "A governadora precisa decidir se quem manda no Governo é ela, ou se é Anselmo", aconselha.
Na sua página oficial na internet, em 14 de setembro de 2011, o Governo do Estado celebrava o fim da greve: "Os servidores da Uern decidiram aceitar a proposta de 27% de aumento feita pelo Governo do Estado e optaram pelo final da greve que já durava mais de 100 dias. A decisão foi acertada no final da manhã dessa quarta-feira (14), após reunião entre representantes da Uern e Procuradoria-Geral do Estado."
E continua o texto. "O aumento de 27% será feito de forma escalonada em três anos. 'Os pagamentos serão feitos 10,65% em 2012, 7,43% em 2013 e os 7,43% restantes em 2014, representando um total de R$ 34 milhões ao longo desses três anos', disse o secretário de Estado da Administração e dos Recursos Humanos, Anselmo Carvalho."

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