Os professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern)
realizam assembleia hoje, às 9h, na sede da Associação dos Docentes
(Aduern), em clima de "total indignação", segundo o presidente do
sindicato, professor Flaubert Torquato. Os educadores estão "raivosos",
de acordo ele, com a quebra de compromisso do Governo do Estado.
É
que a administração estadual não viabilizou reajuste de 10,65% no
contracheque de abril, como acordado com a categoria para o fim de greve
geral de 2011, que durou 106 dias. "O sentimento dos professores é de
decepção, porque sempre acreditamos no acordo, e agora o governo diz que
não tem condição de cumprir", lamenta Torquato.
O presidente da
Aduern lembra que o acordo foi firmado em setembro de 2011. "Portanto,
houve sete meses para o governo encaminhar o projeto de lei do reajuste
para ser aprovado na Assembleia e não fez. Ou seja, teve tempo de sobra,
e agora somos pego de surpresa com essa quebra de compromisso",
lastima.
Flaubert informa que o resultado da audiência do reitor da
Uern, Milton Marques, ontem, com equipe técnica do governo não é dos
mais animadores, o secretário de Planejamento, Anselmo Carvalho, teria
dito que o Governo do Estado não tem como cumprir o acordo por causa de
limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
E que isso seria
comunicado em audiência para qual a direção da Aduern foi convocada
amanhã, às 11h, no Centro Administrativo, em Natal. "Solicitamos essa
audiência no começo de março e só agora, quase dois meses depois, é que
seremos recebidos", reclama o professor, lamentando que, talvez, seja
tarde demais para a negociação.
Porém, Flaubert Torquato ainda é
cauteloso quanto à nova greve na Uern. Diz esperar o resultado da
assembleia de hoje, que vai debater a situação e decidir a postura dos
professores daqui para frente. "Apesar de toda a insatisfação, ainda é
cedo para falar em greve. Antes, vamos esgotar todos os meios de
negociação", diz.
O acordo feito para pôr fim à greve de 106 dias na
Universidade, a maior do serviço público do Rio Grande do Norte, previa o
pagamento de 10,65% em abril de 2012; 7,43% em abril de 2013; e 7,43%
em abril de 2014. Segundo o presidente da Aduern, a situação é uma
demonstração de descaso, desrespeito e falta de compromisso com a Uern.
Rosalba declara: "Quem me conhece, sabe que cumpro acordo"
No último dia 17, ao desembarcar no Aeroporto Dix-sept Rosado, para
anunciar a licitação para duplicar a rodovia entre Mossoró e Tibau, a
governadora Rosalba Ciarlini (DEM) respondeu à pergunta da equipe de
reportagem do jornal O Mossoroense sobre se o acordo com os servidores
da Uern seria realmente cumprido.
"Você tem dúvida? Eu não tenho
nenhuma. Quem me conhece, sabe que, quando eu firmo um acordo, eu
cumpro", disse. Porém, não é esse o tom do secretário de Planejamento,
Anselmo Carvalho, que tem confidenciado que o limite prudencial da Lei
de Responsabilidade Fiscal impede o reajuste acordado com os servidores.
O
presidente da Aduern, Flaubert Torquato, lamenta essa postura. Para
ele, o Governo do Estado está batendo cabeça. "A governadora precisa
decidir se quem manda no Governo é ela, ou se é Anselmo", aconselha.
Na
sua página oficial na internet, em 14 de setembro de 2011, o Governo do
Estado celebrava o fim da greve: "Os servidores da Uern decidiram
aceitar a proposta de 27% de aumento feita pelo Governo do Estado e
optaram pelo final da greve que já durava mais de 100 dias. A decisão
foi acertada no final da manhã dessa quarta-feira (14), após reunião
entre representantes da Uern e Procuradoria-Geral do Estado."
E
continua o texto. "O aumento de 27% será feito de forma escalonada em
três anos. 'Os pagamentos serão feitos 10,65% em 2012, 7,43% em 2013 e
os 7,43% restantes em 2014, representando um total de R$ 34 milhões ao
longo desses três anos', disse o secretário de Estado da Administração e
dos Recursos Humanos, Anselmo Carvalho."
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