Os médicos da rede estadual de saúde param neste domingo. A greve
inicia a partir das 7h. O atendimento será mantido, com escala de 30%,
apenas nas unidades de urgência e emergência. A decisão foi mantida,
apesar da reunião realizada na última sexta-feira, dia 27, entre o
Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), os secretários estaduais de saúde
pública, Domício Arruda, de administração Alber Nóbrega, e o chefe da
Casa Civil, Anselmo Carvalho.
A falta de uma proposta por parte
do governo foi determinante, segundo o presidente do Sinmed Geraldo
Ferreira, para a deflagração do movimento. Ferreira argumenta que há
dois meses os médicos aguardam um posicionamento do governo. "Eles (os
secretários de Estado) pediram apenas para esperar, até que demonstre o
custo para o Estado do que estamos pedindo. Sem nada para negociar, não
temos como suspender a greve", disse.
A proposta inicial dos
médicos vai desde gratificação por atividade até o reajuste nos
vencimentos de acordo com proposta de piso salarial unificado no país,
que tramita no Congresso Nacional. A proposta do valor, que ainda
tramita nas comissões do Congresso, fixa em mais de R$ 19 mil os
vencimentos dos médicos no Brasil. "O que pedimos é uma implantação
gradual, de forma que no final da carreira poderemos ter este valor",
disse. Atualmente, o vencimento inicial de médico é cerca de R$ 6 mil e
no final da carreira chega a R$ 11 mil.
De acordo com o
presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, os médicos recebiam
aproximadamente R$ 3 mil mensais referentes à produtividade. Além disso,
também há o pagamento dos salários, que são de R$ 4,5 mil para
profissionais em início de carreira podendo chegar a até R$ 11 mil,
aproximadamente, para os mais antigos. O presidente do Sinmed diz que o
benefício referente à produtividade foi praticamente extinto e, por
isso, cobra a implantação de uma gratificação por atividade.
O
sindicalista também argumenta que os valores pagos a profissionais estão
diferentes entre a própria categoria. De acordo com Ferreira, houve a
incorporação de gratificações de alguns profissionais e os que não
tinham o benefício estão com o salário inferior aos demais. "Pedimos o
mesmo salário para todos os médicos", explicou.
O secretário de
saúde pública Domício Arruda admite que não há providências a tomar para
evitar a paralisação, antes da área econômica do governo avaliar o
desempenho financeiro do primeiro quadrimestre. "A proposta só será
feita depois de estudado o impacto financeiro saber se não compromete o
limite prudencial, previsto na lei de responsabilidade fiscal", afirma
Arruda. A categoria volta a sentar com o governo na próxima
quinta-feira, 3, quando será apresentado o impacto financeiro na folha
de pagamento.
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