"A resposta do Governo do Estado para a nossas reivindicações é, no mínimo, desrespeitosa, incabível, inconseqüente e desprezível. É preciso descobrir quais os reais interesses dessa administração com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte", foi com essa declaração que o presidente da Associação dos Docentes da universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Flaubert Torquato, recebeu a equipe deste vespertino para comentar sobre a resposta enviada pelo Governo do Estado à categoria na noite de ontem, 2.
O documento assinado pelo secretário do Estado da Administração e dos Recursos Humanos, José Anselmo de Carvalho Júnior, não atende às expectativas das categorias. "Dada a situação e o cenário fiscal enfrentados pelo Estado, antes da emissão do relatório de gestão fiscal do Estado, correspondente ao segundo quadrimestre do exercício 2011, não será possível estabelecer um índice de antecipação de aumento já acatado (23,98%); não obstante, estuda-se o impacto de 3% para o exercício de 2011 entre os meses de outubro e dezembro", responde o documento.
Flaubert explica ainda que, diante do que ele considera 'falta de respeito', é bem provável que a categoria radicalize as ações do movimento grevista. "O Governo está nos tratando como servidores de segunda categoria. Amanhã em assembleia iremos apresentar a resposta e, não tenho a menor dúvida, que a greve continua e que o movimento torna-se ainda mais forte diante desse descaso do governo do estado com a nossa categoria. Já flexibilizamos o que podíamos", ressaltou.
Na reunião realizada na sexta-feira, 29, foi apresentada uma proposta elaborada pelo Sintauern, que parecia ser o início de um consenso entre as categorias em greve e o governo.
A proposta estabelecia que o pagamento referente à última parcela do Plano de Cargos, Carreiras e Salários poderia ser escalonada em até três meses: 7,43% em outubro, novembro e dezembro. Anteriormente, os sindicatos solicitavam o reajuste em uma única parcela, no mês de setembro. "A resposta do governo é um total desrespeito aos professores. Nós não aceitamos essa desculpa que o Estado está em péssima situação financeira, uma vez que os números mostram o contrário", destaca Flaubert Torquato.
O presidente da Aduern vai além e questiona. "Quais os verdadeiros interesses do governo em maltratar a nossa universidade? Estão nos tratando com truculência, intransigência. O que nos leva a crer que essa posição do governo ultrapassa as questões jurídicas e fiscais e cai no campo político", enfatiza.
Sobre o descontingenciamento do orçamento da universidade, na mesma nota o governo anunciou. "a SEPLAN, ao longo do exercício de 2011 e a partir de agosto, iniciará o descontingenciamento dos recursos da Uern, sendo que as cotas atuais serão acrescidas de R$ 1.000.000,00 e R$ 2.000.000,00 nos Anexos II e III, respectivamente".
Flaubert Torquato disse que aguarda uma reunião que acontece hoje, 3, em Natal com o reitor Milton Marques de Medeiros, mas destaca que não nutre nenhuma expectativa positiva sobre o assunto. "Acho que o caminho é de continuidade mesmo. Não vemos que dessa reunião saia nada diferente do que já foi posto pelo governo. Agendamos para amanhã, às 9 horas, uma assembléia, onde todos os docentes irão votar sobre a continuidade ou não do movimento e os rumos que ele tomará a partir de agora. De uma coisa não abriremos mão - a luta em favor de uma universidade pública de qualidade", finalizou.
Fonte Correio da tarde
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