sexta-feira, 26 de agosto de 2011

UERN

Prestes a completar três meses de paralisação, por mais uma vez a rodada de negociação entre a Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (ADUERN) e o Governo do Estado terminou sem entendimento.
A categoria havia rejeitado a proposta do Governo em pagar o reajuste, que resultaria em acréscimo de 27%, em três parcelas anuais, com previsão de terminar em 2014. No entanto, posteriormente, a Aduern recuou e acatou a proposta do Estado, mas desde que os valores fossem pagos acrescidos do reajuste inflacionário equivalente a cada palestra.
O Estado negou a solicitação, o que impulsionou que os professores postergassem a mobilização. De acordo com o professor Neto Vale, vice-presidente da Associação, no encontro que os representantes obtiveram com Anselmo Carvalho, titular da Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SEARH), foi explicado que o Governo não poderia assumir o compromisso quanto aos índices da inflação porque não há como prever a situação orçamentária nem os indicadores futuros. "Isso pode ir de encontro com a Lei de Responsabilidade Fiscal", repassou o professor.
Ainda segundo Neto Vale, o comando de greve abriu mão dos indicadores referentes às parcelas de 2013 e 2014 por entender a justificativa da Secretaria, no entanto "cai por terra o argumento quanto aos índices de 2010 e 2011. Dessa forma, propomos que sejam, então, repassados apenas os índices destes dois últimos anos".
É justamente neste último ponto que está o último desentendimento. No encontro da última quarta-feira, 24, de acordo com a categoria, o secretário Anselmo ficou de levar a proposta para a governadora Rosalba Ciarlini . "Um representante nosso se reuniu com Rosalba na visita dela a Mossoró [ontem], mas ela demonstrou não ter sido informada quanto a essa última sugestão."
Enquanto Estado e professores não chegam a um entendimento, o calendário acadêmico da instituição segue em atraso. Na terça-feira, mostramos que a regularidade das atividades segue para um descompasso de sete anos, somados os três anos anteriores e mais os quatro anos seguintes, conforme estimou o reitor da Uern, Milton Marques.
"Os professores estão em greve há 90 dias, mas a folha de pagamento continua em dia. Um prejuízo de R$ 45 milhões, sem dúvida, já que as atividades acadêmicas estão paralisadas", disse Rosalba Ciarlini. Ainda de acordo com a governadora, a proposta que foi apresentada pelo reitor Milton Marques foi acatada pelo Governo e completou que não entende a postura dos professores, mas "confio no bom senso da Associação dos Docentes. Este é um ano difícil e queremos construir (o diálogo e a própria Uern) com honestidade. Queremos defender a Uern dentro do que é possível", disse Rosalba, em entrevista em Mossoró, ontem, quando participou da II Conferência Regional de Políticas Públicas para a Mulher.
Professores da Ufersa aprovam indicativo de greve
Já os professores da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) aprovaram o indicativo de greve para o próximo dia 1° de setembro, caso as negociações com o Governo Federal não avancem.
A assembleia da categoria avaliou ontem a proposta apresentada de aumento salarial linear em 4%, a partir de março do próximo ano, sobre o vencimento básico da categoria e em todas as gratificações recebidas. A decisão da categoria, no entanto, foi negativa.
Segundo o reitor da Ufersa, professor Josivan Barbosa, em conversa com o ministro da Educação, Fernando Haddad, ficou assegurada uma negociação com o Ministério do Planejamento. "Achamos precipitada qualquer paralisação antes de se esgotarem as negociações", disse Barbosa. Enquanto não há um denominador comum, as aulas continuam normalmente.
Fonte Jornal de Fato

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