sábado, 27 de agosto de 2011

Professores da Uern votam pela continuidade da greve

3,35% é o percentual que impede professores e governo de chegarem a consenso
Em assembleia realizada na manhã de ontem, 25, na sede da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (ADUERN), os professores da Uern decidiram dar continuidade ao movimento paredista, que completa hoje, 87 dias.

A decisão foi tomada após uma reunião entre representantes do sindicato e o Secretário de Administração e Recursos Humanos do Estado, Anselmo de Carvalho. Agora, 3,35% é o percentual que impede professores e governo de chegarem a um consenso, conforme mencionou o vice-presidente da Aduern, professor Neto Vale.

Segundo ele, a conversa ocorreu em uma tentativa de elaborar um documento que servisse de alternativa à proposta entregue pela categoria à governadora, durante a passagem da mesma por Mossoró, em virtude da abertura da Ficro.

O sindicalista diz ainda que o objetivo era melhorar a redação do documento apresentado pelo governo para que o mesmo fosse discutido durante a assembleia de ontem.

Neto Vale explica que o governo alegou, anteriormente, que não poderia conceder o percentual solicitado pelos professores, tendo em vista que o mesmo leva em consideração o índice inflacionário e este, no que se refere aos anos de 2012, 2013 e 2014 não tem como ser mensurado.

Diante disso e do fato de que, há como calcular o índice relativo a 2011, os docentes sugeriram que esse percentual fosse acrescentado à parcela de reposição salarial que será paga em 2012.

Dessa forma, o escalonamento ficaria do seguinte modo: 14% em abril de 2012, 7,47% em abril de 2013 e 7,43% em abril de 2014, ao invés de 10,65%, 7, 47% e 7,47% nos anos citados.

De acordo com o vice-presidente da Aduern, Anselmo de Carvalho, ficou de conversar com o secretário de Planejamento, Obery Rodrigues, e com a governadora. Porém, a resposta foi negativa.

Sobre o assunto, o secretário de Administração e Recursos Humanos do Estado, Anselmo de Carvalho, afirmou: “O que o governo poderia oferecer nesse momento é aquilo que foi apresentado”.

Cientes da negativa, antes mesmo de darem início à assembleia, os professores decidiram, ainda sim, realizar mais uma tentativa. Eles destacaram dois docentes para tentar falar com a governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, que estava em Mossoró, mas, embora tenham conseguido sentar com a mesma para conversar, não conseguiram convencê-la da proposta.

Agora, por parte do governo, a questão será levada à Justiça. Para Neto Vale, o pedido de judicialização da greve logo no primeiro ano de governo pode ser um indício de como será o relacionamento durante os próximos anos. “Eu acho que a opção nesse momento não é o governo optar pela Justiça”, afirma o professor.

Porém, o governo não irá seguir a orientação dos docentes e agirá de forma semelhante ao modo como agiu durante a greve do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE). “O governo vai entrar na Justiça. Infelizmente, não aceitaram a proposta, então, entende-se que não quis”, diz Anselmo de Carvalho.

Segundo Anselmo de Carvalho, durante a reunião, ele insistiu para que o sindicato aceitasse a proposta. “Então, houve mais uma vez a rejeição”, diz o secretário. 

“Por outro lado, com a manutenção da greve, não há mais o que o governo fazer, senão acionar a Justiça para tentar a normalidade”, acrescenta, dizendo ainda que a preocupação é com os 14 mil universitários que estão sem aula. O secretário diz que lamenta a situação e lamenta também entrar com a ação na Justiça.


REIVINDICAÇÕES

 
Com relação às demais razões da greve, Neto Vale afirma que o governo tem colocado que a questão do descontingenciamento não está relacionada à greve e, no que diz respeito à autonomia financeira da universidade, a fala do governo é de que a instituição precisa entrar em um consenso e apresentar as conclusões.


ENCONTRO

Hoje, o comando de greve dos docentes se reúne para traçar os próximos passos do movimento e na terça-feira, 30, eles realizam nova assembleia. Até lá, segundo Neto Vale, a categoria continua aberta a negociações.

Gazeta do Oeste

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