sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Governo do Estado declara que paralisação da Uern causa prejuízo de R$ 45 milhões

assembleia_da_aduernO Governo do Estado declarou que a greve na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) causa prejuízo de R$ 45 milhões. A direção da Associação dos Docentes da Universidade (Aduern) recebeu as declarações da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) como tentativa de colocar a sociedade contra os servidores e o movimento paredista.
O vice-presidente da Aduern, Neto Vale, avalia que a afirmação da governadora pretende impressionar a sociedade com altos valores, a fim de jogar a população contra os servidores da Uern. "E ainda mais colocando como se nós, professores universitários, ganhássemos muito bem", critica o sindicalista.
Para Neto Vale, em vez de tentar colocar a sociedade contra os servidores, o Governo do Estado deveria adotar uma postura mais sensata, buscar o fim da greve através do diálogo. "Já fizemos várias concessões da nossa proposta original. O governo é que precisa ser mais flexível. Continuamos dispostos a negociar", diz.
Na assembleia de ontem, os servidores decidiram continuar a greve, que hoje completa 87 dias, e produzir documento ao Governo do Estado reiterando a intenção de negociar. "O governo também precisa ceder", observa Neto Vale, acrescentando que foi marcada outra assembleia geral para terça-feira (30), às 9h.
SEM ACORDO
A governadora Rosalba Ciarlini voltou a afirmar que não existe possibilidade de o Governo do Estado conceder reajuste superior ao que já foi apresentado à Aduern. Segundo Rosalba, a paralisação das atividades docentes causa um prejuízo de R$ 45 milhões e ao Governo do Estado e à sociedade potiguar.
"Os professores estão em greve há 90 dias, mas a folha de pagamento continua em dia. Um prejuízo de R$ 45 milhões, sem dúvida, já que as atividades acadêmicas estão paralisadas", afirmou a governadora em Mossoró, antes de participar da II Conferência Regional das Mulheres em Mossoró, ontem, segundo sua assessoria.
Para a governadora, o prejuízo maior é para os universitários e para a sociedade, que está cobrando um posicionamento mais forte do Governo do Estado e ela avisou: "Estamos no limite. A proposta já foi apresentada e não há como ser diferente".
Segundo Rosalba, o Governo do Estado tem a intenção de fortalecer a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e que as ações não são possíveis com os professores e técnicos administrativos em greve.
Disse que, apesar das propostas encaminhadas pelo governo, docentes e técnicos não aceitaram. "Infelizmente isso não aconteceu e o maior prejudicado é o aluno", comentou.
Perguntada sobre o custo diário de R$ 500 mil por dia, a governadora frisou que não quer levantar essa questão e afirmou que fez esse comentário apenas para informar à sociedade que a Uern tem um custo diário de meio milhão de reais. "Trata-se de um investimento e já afirmei isso, mas não deixa de ser um custo, pois é preciso constar no orçamento", disse.
A governadora disse ainda que a proposta original levada pelo reitor Milton Marques de Medeiros, de 23,98% de reajuste salarial, foi acatada pelo Governo do Estado e que, diante disso, não entende os motivos da continuidade do movimento paredista. "Realmente não entendo, mas confio no bom senso da Associação dos Docentes. Este é um ano difícil e queremos construir o diálogo com honestidade. Queremos defender a Uern dentro do que é possível", comentou.
Os servidores da Uern aceitam a proposta de reajuste salarial escalonado em três anos: 2012, 2013 e 2014. O governo oferece 10,65% para abril de 2012; 7,43% para abril de 2013; e 7,43% para abril de 2014. Já os servidores reivindicam acréscimo, a esses percentuais, de perdas decorrentes do aumento da inflação nos próximos anos.

Fonte O Mossoroense

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