quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Governo ameaça pedir ilegalidade da greve da Uern

uern_entrada_campus_centralO ofício do Governo do Estado enviado anteontem aos servidores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), não cedendo à reivindicação da categoria de repor perdas da inflação no parcelamento do reajuste salarial, simbolizou ultimato aos professores e técnicos-administrativos.
A administração estadual aguardará o resultado da assembleia de hoje da categoria, que decide se mantém ou continua a greve. Caso os servidores continuem com a paralisação, a Procuradoria Geral do Estado pedirá na Justiça a ilegalidade da greve, que completa hoje 86 dias de duração.
O secretário estadual da Administração e Recursos Humanos, José Anselmo de Carvalho, afirma que o Governo do Estado tentará a ilegalidade, porque "já se exauriram todas as possibilidades de diálogo com as categorias". A estratégia visa conseguir a ilegalidade na Justiça e forçar os servidores a voltarem ao trabalho.
No início da noite de ontem, representantes dos servidores da Uern se reuniram com o secretário Anselmo de Carvalho, em Natal. Segundo o vice-presidente da Associação dos Docentes da Uern (Aduern), Neto Vale, no encontro a categoria buscou esclarecimentos sobre alguns pontos do documento enviado pelo Governo.
"Queremos ter mais clareza sobre alguns pontos do documento, que deixou algumas dúvidas à categoria. Precisamos ter esse esclarecimento para poder apresentar a real proposta do Governo do Estado para que seja apreciada na assembleia dos servidores" 

IMPASSE
O Governo do Estado recusou a contraproposta encaminhada pelas categorias grevistas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). Diante disso, a Associação dos Docentes da Uern (Aduern) irá se reunir hoje, 25, com a categoria docente para avaliar a greve, além de encaminhar atividades relativas ao movimento paredista. A Assembleia Geral Extraordinária ocorre às 9h, na sede do sindicato.
Na última terça-feira à tarde, o governo do Estado respondeu à contraproposta entregue pela Aduern à governadora Rosalba Ciarlini no último dia 18. Segundo o documento enviado pelo secretário estadual da Administração e dos Recursos Humanos, Anselmo de Carvalho, não há como a administração estadual atender à reivindicação salarial da categoria acrescentando a variação da inflação acumulada no período.
O governo reafirmou a proposta anterior com o pagamento de 10,65% para abril de 2012; 7,43% para abril de 2013; e 7,43% para abril de 2014. Entretanto, essa mesma proposta já foi rejeitada pela categoria em assembleia realizada no dia 18 deste mês.
Para o professor Flaubert Torquato, presidente da Aduern, a resposta do governo demonstra que a administração estadual está fechando às portas para a continuidade das negociações. "Agora vamos submeter à assembleia para que ela possa definir os rumos da greve", diz o docente.
NOTA
No final de semana, o Governo do Estado divulgou uma nota paga nos jornais de Mossoró sobre o seu posicionamento quanto à greve na Uern. A Aduern entende que as informações refletem o que o Governo pensa sobre a Universidade. "A nota demonstra 'falta de saber' da administração porque não entende que recursos aplicados na educação não são gastos, mas sim investimentos", explica o presidente da Aduern.
Ainda segundo o professor Flaubert Torquato, "o investimento público em educação contribui muito mais para o desenvolvimento socioeconômico de um país do que gastos supérfluos do Governo do Estado", completa.
Além disso, a Aduern afirma que o governo mentiu sobre a não-aceitação da proposta, já que a categoria aceitou os prazos e índices de reajustes indicados pela administração, desde que às alíquotas sugeridas fossem acrescidos os percentuais correspondentes à variação do INPC/IBGE acumulado nos respectivos períodos. "Mostramos várias vezes nossa disposição em pôr fim ao impasse, já que abrimos mão da nossa pauta original para buscar solução para a greve", conclui Flaubert Torquato.

Fonte O mossoroense

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